Hoje? Não posso dizer que estou cansada. Porque, na verdade, é muito mais do que apenas cansada. Nem posso dizer que estou muito cansada. Porque, na verdade, estou exausta. Completamente esgotada.
Ontem fui dormir muito tarde, é verdade. Não me lembro se foi às 2h da manhã ou às 3h da manhã. Só sei que foi demasiado tarde. E também sei que me esqueço destas coisas simples que, é certo, não são muito importantes. Mas são simplesmente apagadas da minha memória com imensa facilidade, o que não devia acontecer. Não a esta velocidade…
Seja lá a que horas for que eu tenha ido dormir, a verdade é que acordei às 9h da manhã. Para nada. Não havia nada programado para hoje. Mas, já percebi, tenho um novo despertador. Mas este não dá para acertar a hora do alarme. É ele próprio que decide a que horas preciso mesmo de acordar. É um despertador biológico que tanto me deixa dormir até ao meio dia como me acorda cedo ou, na pior das hipóteses, a meio da noite. Até quando adormeço no sofá é este despertador que, tantas vezes, me acorda. É a minha bexiga! Que enche demais e me faz acordar. Ou que eu não consigo esvaziar na totalidade, também acontece. E funcionar já é muito bom. Dia 1 de Junho, mais uma voltinha às urgências do Hospital porque não quis funcionar. E, ao fim de 14 horas sem funcionar, na Linha SNS24 recomendaram, e bem!, uma passagem nas urgências. E assim foi.
Felizmente esse episódio, até à data, não se repetiu na totalidade, mas a dificuldade em esvaziar a bexiga existe, está cá. E, às vezes, é realmente complicado esvaziar na totalidade. Por isso é que me acorda tantas vezes a meio da noite ou, como hoje, demasiado cedo depois de ir dormir demasiado tarde.
A verdade é que, ainda antes do almoço, arrisquei ir sozinha à rua, tentar (re)conquistar um pouco mais de autonomia. E já a essa hora me sentia exausta. De quê? Para variar, de nada…
Voltei para casa 300 e poucos metros depois, completamente exausta, absolutamente esgotada. Porque, dizer apenas que estou cansada ou até mesmo muito cansada, não é suficiente.
Acabei, obviamente, por adormecer no sofá. Mais tarde do que gostaria. E, mais uma vez, as horas não são claras…passava pouco das 16h? Ou já passava largamente das 17h? Não sei. Que já passava das 16h eu sei porque foi quando ele iniciou o serviço hoje e ainda conversámos. Muito tempo? Pouco tempo? Não faço ideia. Não me lembro… A única coisa que sei, porque assim mo disseram, foi que adormeci com o telemóvel em cima da barriga. Muito provavelmente à espera de nova mensagem dele…
Fui acordada para jantar já depois das 20h. Mas a sensação de não ter um mínimo de energia continua…
Já sei que esta estupidez de cansaço é a tão falada fadiga, mais um sintoma clínico e claro desta coisa que me apanhou na curva. Tenho que aprender a gerir a minha energia… Ontem de manhã, foi dia de Yoga, portanto o ideal teria sido descansar à tarde. E não me lembro se o fiz… Lembro-me, claro, que, já tarde, me dediquei à escrita. Longa. Demorada. Isto depois de o acompanhar até terminar o turno à meia noite. Portanto, aqui está tudo errado: gastar energia de manhã sem recuperar à tarde e esgotar a restante à noite? Só podia resultar num dia de hoje como resultou…
Tudo isto faz parte desta coisa que me apanhou na curva e que eu ainda estou a conhecer. Ainda estou na fase do querer fazer tanta coisa e não conseguir fazer nada porque não soube gerir a minha energia. Nem sei, sequer, se é possível fazer essa gestão. O que sei é que o meu corpo é que manda agora! Seja para me acordar a meio da noite ou de manhã cedo com a bexiga cheia ou seja para me obrigar a parar e a recuperar energias.
Tudo isto é, ainda, novo para mim. E eu ainda não aprendi, nem aceitei!, a dizer “não posso/não consigo“… Porque essa não sou eu. Ou, nesta nova vida que agora enfrento e é a minha nova realidade, essa não era eu.
Não está a ser fácil lidar com tudo isto. Gerir tudo isto. Felizmente, para além da minha mãe, tenho-o a ele que caminha comigo, ao meu lado, do meu lado, sempre de mão dada comigo. Desde o primeiro dia. Ele não sabe, mas já me tem trazido ao colo várias vezes. Tal como me disse que faria se/quando o caminho se tornasse mais difícil…
Agora está mais do que na hora de dar o dia por terminado. Não aguento muito mais acordada. E para amanhã há planos. Convém descansar. Não vou conseguir fazer-lhe companhia até ao final do turno. Mas, já sei, acabaremos sempre por enroscar, com os dedos dele no meu cabelo e uma mão a percorrer-me as costas. Até eu adormecer.