Dia demasiado longo. Longo. Longo. Longo! Daqueles que nunca mais acabam. Que começam logo cedo a sair de casa às 8h para voltar para almoçar quase a correr às 13h, voltar a sair às 14h e só regressar de vez já depois das 21h…estou exausta.
E, mais uma vez, tive a prova de que caminhar é, para mim, um desafio enorme. Porque, demorar 25 minutos a percorrer um caminho que uma pessoa sem dificuldades e/ou limitações faz em pouco mais de 5, é extremamente frustrante. Especialmente quando as pernas já vêm doridas da fisioterapia que está a trabalhar o reforço muscular. Dar um passo quando os músculos já estão doridos? O passo é dado. Mas só eu sei a que custo.
O lado verdadeiramente bom do dia de hoje foi ter a confirmação de uma data: 22 de Fevereiro. Dia da última toma diária e em jejum que faço desde 23 Maio de antibiótico que é uma terapêutica preventiva para a tuberculose latente. E ter a confirmação de que, depois do tratamento terminado, o bacilo alojado no meu corpo de forma latente adormeceu de vez e é, neste momento, inofensivo. Agora é seguir a minha vida normal, como sempre fiz, mantendo os cuidados necessários para não me reencontrar com o bacilo da tuberculose, que tanta gente carrega de forma latente e nem imagina, eu sei que eu nem imaginava! Fazer rastreio anual, coisa que todos deviam fazer porque os números de que ninguém fala estão muito altos, e tratar de mim com todo o cuidado.
Ainda não encaixei bem a ideia de, desde Outubro, fazer oficialmente parte do grupo dos imunodeprimidos. Como também não encaixei ainda a ideia do diagnóstico que já não é só uma ideia, é uma realidade. Ainda não encaixei as dificuldades e/ou limitações que são mais do que evidentes e que eu acho sempre que só preciso de descansar um bocadinho. Não é verdade. Aquilo que, com grande dificuldade!, caminhei hoje e que me custou tanto vai-me ser cobrado pelo meu corpo amanhã. E sábado. E, eventualmente, ainda Domingo…
Ainda tenho tanta coisa para processar, encaixar e, acima de tudo, aceitar… Mas a noite já começa a roçar a madrugada, eu já devia estar a descansar, enroscada e aninhada com quem melhor me aconchega, de dia ou de noite: ele. E hoje estou a precisar muito do abraço acolhedor e aconchegante que só ele sabe dar.
Por isso, por hoje é tentar acalmar a velocidade a que a minha cabeça está, ainda, a esta hora e dar descanso ao corpo. Amanhã, logo cedo, a fisioterapia vai ser a doer depois do esforço de hoje…
