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Desde que, em 2023, se levantaram as primeiras suspeitas do que o diagnóstico final viria mais tarde a confirmar, percebi que muita coisa iria mudar. Teria que mudar, não havia alternativa. E começou logo com novas rotinas: consultas médicas hospitalares mais ou menos regulares, consultas de enfermagem, exames complexos que nem sabia que existiam e pelos quais nunca tinha imaginado que iria passar, tratamentos, fisioterapia que veio para ficar ad eternum, todo um calendário preenchido com datas e horas para tanta coisa que nunca procurei mas que me encontrou e veio para ficar.

Apesar de ainda não estar a 100% quanto ao aceitar o meu novo normal, aceitei as rotinas e regras. Mas desde o primeiro dia que o digo: vai ser à minha maneira. Pelo menos a forma de encarar tudo e lidar com isto. E, também desde o primeiro dia, há uma música em repeat na minha cabeça: “My Way“. Não a versão de Frank Sinatra, mas a outra, que conheci com 12 anos: a brutal e explosiva versão punk dos Sex Pistols na voz de Sid Vicious

“(…)
I’ve laughed and been a snide
I´ve had my fill, my share of looting
And now, the tears subside
I find it all so amusing
To think, I killed a cat
And may I say, not in a gay way
Oh no, oh no not me
I did it my way

For what is a brat, what has he got
When he wears hats and he cannot
Say the things he truly feels
But only the words, of one who kneels
The record shows, I fucked a bloke
And did it my way

A miúda rebelde que há em mim tem andado desaparecida. Mas, agora, está de volta. E vai ser com ela, através dela, que vou poder dizer que “I did it MY WAY“…

…porque de outra forma não sei como se faz.

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