Final de dia programado para, com ligação directa à Suíça, trinta minutos de meditação guiada com a Charlotte, que há 20 anos (com’assim, 20 anos?!) começou por ser a filha do patrão inglês e que, rapidamente, se tornou uma amiga.
Não nos vemos ao vivo há muito tempo, muitos anos!, mas graças às redes sociais nunca perdemos contacto e de alguma forma vamos sabendo uma da outra. E foi assim que fui acompanhando o percurso dela até agora ser, entre outras coisas, instrutora certificada de futuros professores de Yoga. E já lhe disse: quando vier a Portugal quero marcares uma aula de Yoga com ela! Não para formação, o meu caminho não passa por aí. Mas para um momento de partilha. Partilha de quê? Não tinha pensado nisso até agora…mas penso que, talvez, uma partilha de energias.
Gosto muito da Charlotte e tenho saudades das nossas conversas, do tempo que, em trabalho ou fora dele, passámos juntos. Que, mesmo que de formas distintas, crescemos juntas. Éramos umas miúdas crescidas na altura, 20 anos depois continuamos umas miúdas mas agora mais crescidas. Percursos de vida diametralmente opostos, como desde sempre. Mas, mesmo com uma História tão diferente, encaixámos tão bem desde o primeiro dia.
Já sabia que, esporadicamente, ela fazia directos de meditação guiada pelo Instagram, mas nunca tive muito interesse, curiosidade, o que seja. Provavelmente ainda não tinha chegado o momento certo. Porque tudo acontece quando tem que acontecer, nem antes nem depois. Tudo tem sempre o seu tempo certo para acontecer.
Nas minhas aulas de Yoga temos tido momentos de meditação guiada, especialmente quando temos Yoga Nidra. Que nada mais é do que um relaxamento profundo. E onde, sim!, de vez em quando viajo. Para fora de mim? Talvez. Mas com ou sem viagens, com ou sem temas, e com a Charlotte houve temas específicos, a meditação tem feito muito sentido para mim nos últimos meses. Tenho tentado procurar saber mais. Tenho, ainda que timidamente, procurado informações e ferramentas para incluir a meditação nos meus dias de uma forma mais regular. E, quando vi o anúncio da Charlotte sobre a meditação guiada para hoje ao final da tarde, sabia que este era o momento certo.
Meditação centrada em 3 temas distintos: Reflexão, Resolução e Gratidão. Reflexão sobre o primeiro mês deste ano que está prestes a terminar. Resolução do que queremos para o próximo mês. Gratidão pelas pessoas que temos à nossa volta, aquelas 3 pessoas que mais agradecemos por ter junto a nós, que estão presentes, que nos são verdadeiramente importantes. Foram fáceis de identificar as duas primeiras: obviamente a minha Mãe e logo de seguida ele, que chegou sem aviso com a força de um terramoto com epicentro a 135km de distância e que provocou em mim um Tsunami. A terceira pessoa, Pê de Presença, não podia ficar de fora. Já teve um papel mais proeminente nos meus dias, mas já percebi também que, apesar de tudo, continua a ser um porto de abrigo e uma espécie de farol, com uma luz mais distante, é verdade, mas que mesmo assim continua a guiar-me em segurança.
Meditei sobre os três. A importância de cada um. E agradeci a cada um na meditação. E também lhes disse que gosto muito dos três, cada um com o seu papel, com a sua relevância nos meus dias, com a sua importância.
Ao fim de 30 minutos, o regresso da meditação. E, mesmo não tendo sido um Nidra, voltei num estado de relaxamento muito grande. Voltei muito diferente do estado de agitação, inquietação, frustração e impaciência com que comecei. Num estado de muita calma e tranquilidade. E confirmei: tenho que introduzir a medicação nos meus dias. Hoje foram 30 minutos, guiada para explorar temas muito específicos. Mas já me informei com o professor Pedro que pode ser um processo mais simples. E é por aí que quero ir.
Agora, várias horas depois daquela meditação que me relaxou e tranquilizou e me deixou num estado de leveza que dura até agora, aquela hora em que a noite está prestes a virar madrugada, é hora de sorrir e agradecer outra coisa que tocámos na meditação: as pequenas coisas que nos fazem bem. E, para mim, sem dúvida que as papoilas de Janeiro estão no topo da lista das pequenas coisas. E vai ser a pensar nas papoilas de Janeiro que vou enroscar e aninhar com ele, o meu Terramoto que me transformou em Tsunami e que me chegou no momento certo, no tempo certo, no tempo que era tempo de ser tempo…
