Daily Archives: 01/02/2025

{#032.334.2025}

Sábado é dia de Yoga. E, a partir de hoje, com novo horário: 9h da manhã, em vez das habituais 10h.

Ter aula às 9h obriga a sair de casa um bocadinho antes das 8h para chegar à paragem do autocarro a horas de o apanhar. Até porque, já sabemos, ao Sábado chega sempre antes do horário! O horário diz que passa às 8h25m. Entrei no autocarro às 8h17m…são 8 minutos que fazem tanta diferença! E já o fez anteriormente. Por isso, sair cedo de casa para quem, como eu, (já) não consegue andar rápido, é essencial. E assim aconteceu esta manhã, depois de adormecer perto das 2h da manhã. Que é coisa que não pode continuar a acontecer. Especialmente quando no dia seguinte tenho que acordar muito cedo…

Tinha pensado em, quando saísse do autocarro, ir espreitar o Mar logo ali, tão perto da paragem do autocarro. Acabei por não ir. Porque o sono era mais do que muito e não tive tempo para beber café antes de sair de casa. Apesar de ter chegado à paragem de saída muito cedo, tive medo de conseguir o que consigo tantas vezes quando até chego cedo: acabar por me atrasar

Àquela hora, ainda muito ensonada, consegui ser ainda mais lenta do que o habitual. E, talvez com o frio, talvez com o sono, talvez com “ambos os dois em simultâneo ao mesmo tempo“, o meu corpo, ou parte dele, parecia estar preso. Como se tivesse um nó do lado esquerdo do corpo que não me permitia caminhar tão direita como queria, como precisava…

Cheguei cedo, claro. Fui subindo, mesmo não sabendo se o professor Pedro já lá estava ou não, eu queria era enfrentar aquela escadaria horrível de subir devagar e ter tempo para respirar ao chegar lá acima.

O professor Pedro já lá estava, abriu-me a porta da sala e disse-me para ir entrando. Tirar o casaco e pendurá-lo no cabide. Atravessar a sala. Tirar os blocos. Estender o tapete. Tirar as calças de ganga que vão sempre por cima das calças de Yoga. Descalçar as meias. Tudo a um ritmo muito lento. Devagar, devagarinho. O ritmo de quem ainda não estava completamente acordada, com falta de café e, sobretudo, a sentir metade do corpo preso num nó. Posso ter sido a primeira aluna a chegar. Mas, com tudo isto, fui a última a sentar-me no bloco…

Parar. Respirar. Alongar o corpo. Manter a respiração tranquila, profunda e consciente. Alongar mais um bocadinho. E ninguém imagina o bem que me soube. E o bem que fez.

Pôr de pé. Pés juntos, que é coisa para me tirar o equilíbrio rapidamente, hoje não tirou e foi relativamente fácil de conseguir. Fechar os olhos. Hoje o professor Pedro não o disse, mas costuma dizer: “fechem os olhos. Todos menos a Catarina”. Porque já sabemos que, de olhos fechados, é-me mais difícil encontrar o ponto de equilíbrio e por isso não os fechei mas foquei-me num ponto fixo mesmo à minha frente para me ajudar a manter o equilíbrio.

Respirar fundo de forma consciente. Sempre. Inspirar e esticar os braços para cima. E aqui comecei a sentir que aquele nó que me prendia o lado esquerdo continuava lá e começou a atrapalhar. Se era para esticar os braços para cima alongando o tronco com o peito para fora mantendo todo o corpo alinhado e direito, o que eu sentia era o nó que me prendia, que me condicionava os movimentos, que me fazia sentir um alinhamento muito torto. Estivesse a fazer o que estivesse, era torta que me sentia…

Asanas de equilíbrio em pé? Outro objectivo que tentei alcançar o melhor que consegui. A ideia para garantir um melhor equilíbrio é vincar bem os pés no chão. Tenho conseguido fazê-lo. Mas hoje as dores na sola dos pés voltaram. Não percebo de onde vêm estas dores, porque ao caminhar não dou por elas. Mas ali…ali de vez em quando aparecem.

Fui sempre tentando e ao falhar um asana repetia a postura desde o início até as dores me dizerem “hoje não”.

Depois do relaxamento final, descer as escadas de braço dado com o professor Pedro e ir conversando sobre a aula. Referir o nó que me prendia o lado esquerdo do corpo, as intensas dores nos pés que me impediram de alcançar os asanas e ouvi-lo dizer “eu reparei. No início estava a correr muito bem, mas lá para meio complicou.” Tal e qual…

Regressar na boleia habitual e ir onde tinha que ir com urgência: à esplanada do costume beber o primeiro café do dia!

Café bebido e fui-me deixando ficar por lá por mais um bocadinho. Não por não querer voltar para casa, que é o sentimento habitual. Mas apenas por me estar a sentir bem ali, mesmo que com muito sono ainda e muito relaxada depois da aula e do relaxamento final.

Voltei para casa perto da hora de almoço. Mudei de roupa a custo, especialmente porque em casa está sempre mais frio do que na rua. Almocei. Bebi o meu café e fumei o meu cigarro. Fui para o sofá…

…e enroscada nas mantas, aninhada com as almofadas térmicas quentinhas, adormeci de imediato enquanto ainda estava a escrever no telemóvel.

A mensagem acabou por ser publicada mais tarde. Muito mais tarde. Bastante mais tarde! Porque só fui acordadas para jantar. O meu corpo hoje decidiu fazer uma espécie de reset. Apagar para reiniciar. E é, de facto, o que preciso: um reset ao meu sistema. Aquele sistema que, já sabemos, tem bug. E a esta hora, quando a noite já roça a madrugada, ainda aqui estou, a escrever, a descrever o meu dia praticamente ao pormenor como se interessasse a alguém, mas que me servirá de cábula quando for preciso recorrer à memória e não conseguir.

Mas, mesmo depois do reset que foi feito durante toda a tarde, é urgente fazer um novo ctrl+alt+del para reiniciar o sistema em condições.