Daily Archives: 01/10/2022

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Sábado. Aquele dia que, por norma, serve para dormir um bocadinho mais. Aquele dia aborrecido da semana. Hoje, no entanto, nem se dormiu mais um bocadinho, nem o dia foi aborrecido.

Acordar cedo, muito cedo para um Sábado, sair de casa rumo a Lisboa também muito cedo. Dia de tratar de mim implica esquecer por um bocadinho a necessidade de pôr o sono em dia. É um bocadinho um contrassenso, eu sei. Mas esse tempo que tiro ao sono é um investimento em mim.

A tarde, já de regresso, foi também dedicada a mim apenas. É preciso tirar este tempo para cuidar de mim. E, apesar de muito cansada, não me arrependo nem um bocadinho de ter roubado tempo ao sono.

Ainda de manhã, dia de regressar àquele jardim onde, há quase cinco anos, vi pela primeira vez aquele sorriso. E, sempre que regresso a esse jardim, regresso também àquele fim de tarde depois de um dia de trabalho que veio mudar tanta coisa, apenas pela existência de apenas uma pessoa.

Tanta coisa em mim que mudou depois desse fim de tarde. Para melhor. E, se me obriguei a querer melhorar daquele estado miserável em que me encontrava, a ele o devo. Não o sabe. Provavelmente nunca o saberá. Mas não deixa de ser verdade.

Hoje, e apesar de estar tudo definido e conversado, as coisas estão estranhas… Da minha parte, aposto no silêncio e ausência por procurar reciprocidade. Não posso ser só eu a tomar a iniciativa. E sim, posso ficar zangada quando se combina alguma coisa para ser desmarcada em cima da hora. E sim, posso ficar zangada quando a súbita disponibilidade afinal não é assim tão disponível. Ou quando o “quando tu quiseres” fica condicionado à disponibilidade que, afinal, não existe.

Enfim…prometi a mim mesma que iria ficar sossegada, quieta e calada no meu canto até amanhã, ou mesmo até segunda feira. Para depois confirmar (ou não…) o pôr do Sol na baía na segunda feira. Mas hoje de manhã falhei essa promessa. Não resisti. Foi uma espécie de teste? Foi. E, desta vez, houve retorno. Mas agora quem não retornou fui eu… Não o quis fazer. É um bocadinho infantil? É. Mas agora dou ao outro lado um bocadinho do que ele me dá a mim… Se vai ser notada essa falta de resposta? Tal como o meu silêncio e a minha ausência não são notados, duvido que essa falta de resposta de hoje seja sequer percebida ou sentida.

Mas tenho que pensar em mim em primeiro lugar. Não queria ter dito nada hoje, mas disse. Amanhã logo se vê se digo alguma coisa sobre o pôr do Sol na baía ou se espero por segunda feira, sabendo que em dia de trabalho não é tão fácil conversar e combinar um final de dia.

Vamos ver. Depois daquela mensagem de manhã também não houve mais qualquer procura por parte do outro lado. Por isso mantenho o meu silêncio e a minha ausência. Por hoje. Amanhã logo se vê.

Muito cansada. Ainda é relativamente cedo, mas o corpo pede-me descanso e uma boa noite de sono. E é isso que vou fazer…dediquei o dia a tratar de mim, vou dedicar a noite também. Não vou pensar no que fazer, sentir ou dizer. Vou apenas desligar por hoje. Amanhã logo decido se falo já ou espero. Se estou confiante que o pôr do Sol na baía aconteça na segunda feira? Prefiro não pensar na possibilidade de não acontecer. Prefiro, por isso mesmo, não pensar sequer.

Recolho e enrosco. Amanhã? Domingo. E logo se vê…