Segunda feira. Começar o dia de trabalho com reunião com o chefe para analisar resultados. Nem tudo é mau, mas há um ponto importante a melhorar. Já o sei desde sempre e continuo sem conseguir fazer melhor. Não depende só de mim e é também por isso que não melhora. Depende também, e muito, de quem está do outro lado da linha. E, das duas uma: ou o atendimento é rápido e a avaliação é baixa, ou o atendimento é mais lento com uma melhor avaliação como é agora. E eu continuo a preferir a segunda hipótese. Enfim…pode ser que, com o tempo, esse ponto da minha avaliação do trabalho fique melhor. Vamos ver.
Segunda feira típica. Difícil de começar. E difícil de prosseguir sem ter retorno. Sei, porque já lá estive, que há momentos em que não nos apetece falar. Com ninguém. Entendo isso tão bem. E aceito. E faço por respeitar. Porque, lá está, já estive nesse lugar.
Mas, apesar de entender e aceitar, não deixo de me preocupar. Se já antes me preocupava, agora preocupo-me ainda mais. E, claro, tenho medo. Não sei exactamente do quê, sabendo tudo o que receio. Preocupo-me, pronto. E muito. Mas fico, agora, quieta e calada no meu canto, sossegada até ter notícias. Até ter um sinal de vida. Um simples “estou aqui” é suficiente.
Vamos ver. Espero que, dentro do possível, esteja tudo bem. Não sei como lidar sabendo que pode não estar. E, de certa forma, sei que não está. E isso deixa-me com aquela sensação de impotência que não gosto. Tenho tentado não ser demasiado intrusiva nem afastar-me demasiado, tentando manter os rituais diários de presença de manhã e aconchego à noite. Mas não ter retorno custa sempre. Assim como custa a quem não está bem estar disponível. Não tem que estar, eu sei disso. Mas só peço um pequeno sinal. Uma reacção que seja.
Vou esperar, claro. Vou dar tempo ao tempo. E vou continuar onde sempre estive: aqui.
Amanhã? Será melhor. Ou então logo se vê. Por hoje mantenho-me onde sempre estive. E a insistir em olhar para cima. Com uma vontade enorme de trocar de lugar. Mas não é possível…
Logo se vê.
