Sábado, aquele dia aborrecido da semana. Começou cedo, claro. E pouco depois retomou-se a conversa com quem vê mais além quando já não esperava que acontecesse. E ainda há muito trabalho a fazer. Que tenho que ser eu a fazer e tenho boicotado. Mas tenho que mudar essa atitude. Sei que o que é preciso fazer depende apenas de mim e de nada adianta ter alguém a estender-me a mão para caminhar se eu continuar a recusar dar um passo em frente. Tenho que fazer melhor para poder estar (e ser…) melhor.
Depois de uma manhã de muita chuva, voltar para a cama e conseguir dormir. Foi tão importante. Foi necessário. Foi preciso para ter coragem para me enfiar num centro comercial o resto da tarde. Em busca de algo que, pelos vistos, não existe…um simples casaco de Inverno que não aparece em loja nenhuma. Mas, pelo menos, o sábado foi diferente. Menos aborrecido. Mais ocupado. Com nada de especial, é um facto. Mas, pelo menos, saí de casa.
Sei exactamente o que queria fazer em vez de me enfiar num centro comercial. Sei onde queria estar. E, especialmente, com quem queria estar. Nada disso acontece, no entanto. Não me posso esquecer da nega que levei sem sequer ouvir a palavra não. E é também por isso que os meus sábados continuam a ser o que são: aborrecidos.
Continuo preocupada. E com vontade de ajudar. De fazer mais. De estar lá. Sei que não posso fazer muita coisa, ou mesmo nada. A não ser dar espaço. Não impôr a minha presença. Mas caramba…não deixo de me preocupar.
Sei que tudo acaba por passar. Mas também sei que, até passar, o caminho é longo, tortuoso e dorido. E é isso que me preocupa. E é isso que me faz querer fazer mais. Sem poder fazer nada.
Enfim…ninguém disse que ia ser fácil. Mas volto à velha máxima: um dia de cada vez.
Amanhã? Chova ou não, será melhor. Será um dia bom. Porque eu quero que seja. E se puder fazer do dia um dia bom para alguém, então será melhor ainda.
Por hoje chega. Não foi um dia mau. E só por isso já é muito bom.
