Segunda feira e o Outono instalado com frio e chuva. É o tempo certo, mas eu não estou preparada para isto. Assim como não estou preparada para tantas outras coisas que andam agora à minha volta. Algumas simples, em que me basta encolher os ombros, sorrir e acenar, outras que acontecem antes de tempo mas que fazem parte do ciclo natural e ainda outras que me vão obrigar a enfrentá-las com coragem e força.
Não estou preparada para nada disto. Mas não posso fingir que não se passa nada. Até mesmo a chegada do Outono mexe comigo, a chegada do frio e da chuva quando ainda estou perdida nos dias de Verão.
Mas volto à velha máxima: um dia atrás do outro. Um dia de cada vez. Repito-o para mim e para quem precisa de o ouvir agora mais do que eu.
Dar tempo ao tempo. Não me esquecendo, nunca, que não tenho tempo para perder Tempo. O que tiver que ser, será. No tempo certo, nunca antes, nunca depois.
Segunda feira. E, por vários motivos, nunca mais é sexta… Até lá, mantenho-me aqui. E sempre a querer estar lá…
Mas é o que é. É trabalho, é rotina, é tentar não pensar demais. Em nada. E tentar, também, não sentir. Essa que para mim é sempre a parte mais difícil. Não sentir… Como é que se controla isso? Não se controla. Por muito que se diga que sim, que se consegue controlar o que se sente, é impossível. Pelo menos para mim. Não pensar consegue ser mais fácil. Mas até nisso eu falho. Penso demais, sinto demais. Borderline, claro. Nem podia ser de outra forma.
Respirar fundo. E repetir. Relaxar. Soltar e deixar ir. Não é fugir, é não pôr pressão. E, pelos vistos, o Universo ouviu-me. Agora é continuar e esperar para ver o que mais me vai trazer. Mas mantendo a expectativa de sempre: nenhuma.
Amanhã? Logo se vê. Hoje já não foi um dia mau. Amanhã será melhor.
