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Diz quem viu que eu, hoje, tenho olhos chorosos mesmo que não chorem. E é verdade, as lágrimas continuam a insistir em não cair. Apesar do peso de todas as fichas que me têm caído nos últimos dias. E hoje caiu-me mais uma: não é a ausência de quem morreu que me entristece. É a ausência de quem está vivo e não quer saber. E essa tristeza dói. Muito.

Vim à esplanada do costume às 20h, voltei para casa pouco depois das 21h. A minha mãe, exausta do peso da última semana, adormeceu. E eu quero MUITO que ela durma até amanhã à hora que for.

Voltei às 22h para a esplanada. Vim sozinha. Hei de voltar sozinha para casa. E vou estar sozinha na esplanada do costume. Como estou sempre. Como estou todos os dias. Como NÃO devia estar AGORA.
Porque os olhos chorosos podem não conseguir verter as lágrimas. Mas, por dentro, é a chorar que estou. E, como sempre, sozinha.

Não, não é a ausência de quem morreu que me entristece ou dói. É a ausência de quem está vivo e não quer saber que me dói. Demais…

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