Ontem escrevi sobre o efeito das palavras. As que nos doem e (quase) nos destroem e as outras: as que nos suavizam as dores, as que nos ajudam a crescer, as que nos fazem olhar para nós próprios com maior segurança e, até, com mais e melhor confiança.
A estas últimas, as que realmente nos fazem bem, chamo de reforço positivo. E o que me foi dito ontem foi exactamente isso: um reforço positivo! Que tanta falta faz quando sentimos tudo a desmoronar em nós. E um reforço positivo não é, nunca foi, nunca será!, um “dar na cabeça“. Para abrir os olhos. Para olhar para e por mim.
Não! Não é disso que eu preciso, de levar na cabeça. Estou cansada de levar na cabeça por tudo e por nada! Estou cansada de levar na cabeça por toda a gente. Lamento, mas comigo levar na cabeça não funciona. Nunca funcionou, na verdade.
Se teve algum efeito em mim, crescer a levar na cabeça por ser quem e como sou? Teve. Aquele efeito negativo de hoje não me saber valorizar. De achar sempre que fiz alguma coisa mal. De sentir que não pertenço a lado nenhum. De sentir que não sou suficiente. De sentir que sou um fardo para todos.
Cresci a levar na cabeça por ser quem e como sou porque sempre foi mais fácil dar-me na cabeça do que tentar entender-me. Mas, para tentar entender-me, seria preciso primeiro conhecer-me realmente. E cada vez mais percebo que, quem diz que me conhece, é quem menos sabe de mim. Quem sou realmente. Porque é que sou como sou. Porque é que sinto tudo como sinto. Até as palavras. Todas elas são sentidas por mim como algo com poder. Poder de destruição e/ou poder de crescimento.
E eu prefiro sentir as palavras com poder de crescimento. As tais que são o reforço positivo. Porque as palavras com poder de destruição já cresci com elas, já fizeram o estrago que tinham a fazer. Não quero mais. Não preciso de mais!
Neste momento, em que me vejo a regredir em tanta coisa por causa disto que me apanhou na curva, o que eu mais preciso é de reforço positivo. De palavras com poder de crescimento. Porque é nessas que vejo e sinto o apoio que mais preciso.
Mas, infelizmente, dar-me na cabeça sempre foi o caminho mais fácil. Como esta manhã, que me estragou o resto do dia e até da noite…