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Sempre gostei de mapas. Sempre gostei de indicações. Sempre gostei, muito, de jogos de pistas. A par do “Assalto ao Castelo”, por norma jogo nocturno, os jogos de pistas diurnos. 

Sempre gostei de seguir instruções, indicações, sempre tive curiosidade em saber onde me levavam, o que sairia dali. 

Não me desoriento com mapas, mesmo que por vezes perca o Norte. Não me incomoda perguntar o caminho. Sigo as setas, monto o puzzle e vou até onde as indicações me levarem. 

Por agora vou por ali. Ou aqui, não sei bem. Sei apenas que é este o caminho. As indicações, as instruções, são claras. Não ter pressa. E não desistir. Mesmo que, ou especialmente quando, pelo caminho volte a tropeçar. Volte a cair. Volte a esfolar os joelhos. Mesmo que, ou especialmente quando, volte a tirar os pensos para limpar e desinfectar as feridas. Também esse momento vem no manual de instruções, na lista de pistas, nas coordenadas do mapa. São indicações sem contra-indicações. 

E por tudo isso é por ali que vou. Ou por aqui, não sei. Sei, apenas, que é este o caminho. Mesmo que tenha que regressar várias vezes ao ponto de partida para chegar ao final do percurso. 

Dizem-me que, no final, vai valer a pena. Quero, muito, acreditar que sim. 

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