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Domingo. Um dia diferente. Sair da zona habitual e aproveitar o dia bonito.

Mas, mais uma vez, uma situação em que sinto que não pertenço e onde, mais uma vez, podia (devia…) estar o meu filho, aquele que não chegou a ser, mesmo tendo sido por 42 dias. Sim, ainda penso nele todos os dias e sinto-lhe a falta.

Ainda sinto falta daquele colo que não dei, daquele abraço que nunca apertei, daquele sorriso que não conheci.

Há muito tempo que não falo dele, mas nem por isso significa que me esqueci. Há momentos e situações, como hoje, em que lhe sinto demasiado a falta porque o lugar dele seria ali. Uma festa de anos. Uma simples festa de anos. Onde também ele estaria a brincar, a correr, a rir. Mas não está. E nunca estará.

Sim, sinto-lhe muito a falta. E também por isso costumo dizer a quem tem filhos para os aproveitar ao máximo. Com, admito, uma pontinha de inveja. Que me deixa tão desconfortável… Também por esse desconforto ser real e presente não falo dele. Do meu filho e do meu desconforto.

Mas é assim, não posso fazer nada para mudar essa ausência, só posso tentar minimizar o desconforto. A saudade, essa, vai-se moldando. Ao fim de oito anos já aprendi a lidar melhor com ela. Mas depois há dias, momentos e situações como hoje que me levam sempre para aquele lugar escuro e desconfortável onde digo, apenas para mim, que não pertenço ali.

Há dias em que custa menos a ausência. Hoje não foi um desses dias.

Sinto tanto a falta do que não tive…seja um colo, um abraço ou um sorriso. Uma simples presença. E sim, essa ausência ainda dói e pesa.

Mas amanhã será melhor…

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