Cinco dias de uma contagem que, um dia, terá fim. Oito anos e três meses de uma contagem que não terá fim nunca.
São duas ausências. Uma permanente. A outra que se espera temporária. Tão distintas, tão diferentes. Mas ambas me deixam desconfortável.
Sei que tem que ser um dia de cada vez. E sei que o desconforto melhora. Mas eu sou de sentir tudo. Por isso sinto o sinto, o que tenho que sentir, como tenho que sentir, quando tenho que sentir.
Agora é tempo de férias. É ter tempo para mim. Para tratar de mim. Olhar por mim. Seria mais fácil passar por esta onda de saudade se estivesse a trabalhar. Estar ocupada ajuda. Muito. Não estando ocupada com trabalho nos próximos dias, vou tratar de mim como puder. E, se for para sentir tudo, seja.
Os oito anos vão continuar a acumular. Aí não tenho como escapar e a ausência nunca terá fim. A saudade virá sempre, todos os dias um bocadinho, de uma forma ou de outra. Já vou sabendo lidar com ela. É só o que resta do que foi não sendo, do que não foi, sendo. É o que tenho. Não tendo.
Os cinco dias? Ainda estou a aprender a lidar com essa contagem. Que espero não seja prolongada. Porque essa ausência também dói…
Enfim…amanhã ainda é dia de férias. Dia de tratar de mim. Será melhor. E as saudades vão atenuar mais um bocadinho.