Final do ano 22 do século XXI e ainda há quem ache normal criticar formas de amor. Ouvido no sábado na esplanada do costume, onde não se aprende nada de jeito. Juntou-se um grupo de várias pessoas a comentar um apartamento que está à venda no meu prédio apenas porque os actuais donos são um casal do mesmo sexo.
Pergunto eu: o que é que isso interessa? Como assim, “não encaixam”? Desde quando é que o amor entre duas pessoas tem que “encaixar”? Só porque são do mesmo sexo têm que sentir amor da mesma forma que vocês?
Quem acha isso não percebe nada de nada, muito menos de amor. Porque é de amor que se fala aqui, não de sexo. Porque sexo é outro assunto e não interessa a ninguém a não ser aos envolvidos.
E pergunto eu: e se fossem os vossos filhos? Iam rejeitá-los? Criticá-los? Renegá-los? Apenas pelo amor que sentem de forma diferente da vossa?
Estas coisas incomodam-me. E não é nada comigo directamente. Mas eu sou pelo amor. Tenha ele a forma que tiver.