Dia de regressar ao trabalho depois de uma semana de férias. Não foi fácil. O começo foi difícil, depois de desligar o despertador várias vezes e quase não conseguir acordar a horas. Felizmente ainda estou a trabalhar em casa. Mas não foi um começo de dia fácil.
Assim como não foi um dia de trabalho fácil. Mas, devagar, vou voltar ao ritmo. Só não me posso esquecer que tenho que melhorar os resultados. Vou na direcção certa, mas ainda há pontos a melhorar. E não posso esquecer-me disso.
Desliguei do trabalho por hoje. Fui à rua para um café rápido numa esplanada que ainda não percebi se gosto ou não, com chuva que me obrigou a estar na zona coberta acompanhada com mais gente do que gostaria. Cada vez me sinto menos à vontade com gente à minha volta em espaços fechados…
O dia passou e eu mantive-me sossegada, quieta e calada no meu canto. Não o queria fazer. Mas acho que tenho que o fazer. A verdade é que continua a não haver iniciativa do outro lado. E eu vou continuar a preocupar-me. Como sempre me preocupei. Mas agora mais. Não devia, eu sei. Devia pensar em mim em primeiro lugar e preocupar-me com os outros depois. Mas não sou capaz. Porque, para além de me preocupar genuinamente com o outro lado, também me preocupa que eu afastando-me acabe por haver também um afastamento do outro lado. E tenho medo de perder o que tenho.
Não dou nada por garantido. Não posso. E também por isso sinto que não posso afastar-me demasiado. Porque posso perder. E, se perco, não vou ficar bem. Já não fiquei bem há seis meses quando levei aquele murro no estômago. Por isso, se perder o que tenho, também não ficarei bem. E isso não pode acontecer.
Sei que é tempo de dar tempo a quem precisa. De dar espaço a quem se está a encontrar agora. Mas custa-me não saber como está. Saber realmente, falado de viva voz, numa conversa a acompanhar um café. A verdade é que isso não acontece. Vou, mais uma vez, atirar o barro à parede. A resposta já a sei. Mas vou tentar. Também é uma forma de dizer que estou aqui. E quero, tanto, dar-me a conhecer para além do pouco que dei nestes cinco anos. Porque cada vez mais acho que não me dei a conhecer totalmente. Ou não me deram essa oportunidade. Porque só a presença online não é suficiente. E eu sou tanto mais do que uma simples presença online…
Vamos ver. O não está garantido. Mesmo que, como há um ano, receba uma nega sem ouvir um não. Mas sim, irei atirar o barro à parede mais uma vez. Tenho que deixar de ser parva e deixar as coisas andarem sem me mexer. Tenho que ir atrás do que quero. E se o que quero é, no mínimo, manter a amizade, também tenho que fazer por isso. Mesmo que do outro lado não haja uma tomada de iniciativa.
Sim, ir atrás do que quero. Depois? Logo se vê. Amanhã será melhor do que hoje. Todos os dias um bocadinho melhor que o dia anterior. É esse o objectivo. E assim será. Porque eu quero que assim seja.
Depois? Já o disse antes: logo se vê.