Daily Archives: 24/11/2022

{#328.38.2022}

Já sei que não adianta fazer planos. E eu tinha planeado que hoje seria o dia para pôr um ponto final em algo que dura há cinco anos. Mas não sou capaz…

O que tinha sido desmarcado e remarcado para hoje aconteceu. E, ao contrário do que eu queria, as borboletas na barriga fizeram-se presentes. Manifestaram-se em forma de grande ansiedade. Como há muito tempo não sentia. Como há muito tempo eu não queria sentir…

Se correu como eu tinha planeado? Não. Muito pelo contrário. Correu muito bem. Correu de forma quase perfeita e com a promessa de um jantar para breve. E não podia ter corrido assim. Mas, já o disse antes, deixei de fazer planos há muito tempo e não acredito em promessas. Portanto, quanto ao jantar veremos. E os planos que eu tinha para uma espécie de despedida não aconteceram.

O pior no meio disto tudo? É a confusão que vai na minha cabeça neste momento. É já não saber o que quero. Se é para me afastar de vez ou se é para me manter por perto como habitualmente.

Para já, é esperar para ver. Vou querer esse tal jantar. Mas também vou querer conversar e falar do que não falei. Hoje não era de todo possível falar sem pressas. Havia horários e compromissos. Foi tempo apenas para um café e transferência de ficheiros e um bocadinho de conversa. Conversa que me soube tão bem…que fluiu naturalmente, novamente momentos de partilha, uma conversa de amigos. Que, ao contrário do que me fizeram sentir na semana passada, afinal parece que somos.

Já não sei mesmo o que quero fazer neste momento. Sei que não quero deitar fora uma amizade de cinco anos. Porque, para mim, é de uma amizade que se trata. E isso não quero perder. Mesmo sabendo das condicionantes. Mesmo sabendo que há quem não esteja confortável com essa amizade. Mas aí temos pena. Não tem que deixar de existir uma amizade entre duas pessoas simplesmente porque alguém exterior não se sente confortável.

Não notei hoje uma mudança de comportamento. Não notei um distanciamento. Notei, sim, a relação de sempre. E isso é bom. Mas era tão mais fácil se não tivesse sido desta forma.

Confusa. Muito confusa. Agora quem precisa de tempo sou eu. E esperar para ver se o jantar acontece ou não em breve. E, acontecendo, tentar então pegar em assuntos que sinto necessidade de esclarecer. Ou sentia…depois de hoje, do que vi e senti, já não sei nada…

Vou manter-me longe como nas últimas semanas. Sei que essa ausência de alguém que estava presente todos os dias não é notada. Mas é disso que preciso: manter-me longe. Por mim. Unicamente por mim. E é isso que vou fazer.

E pensar. Pensar muito no que quero. E como quero. Depois? Logo se vê…

{#327.39.2022}

Quarta feira e o dia do meio, dia nim, nem não nem sim, que só fica pior por ser um dia de férias sem nada para fazer.

Mais um dia de contagem decrescente. Para a última vez. É assim que encaro o que está previsto para amanhã. Se não for, novamente, desmarcado. Que, acredito, é o mais provável que aconteça. E a mim, aconteça o que acontecer, resta-me encolher os ombros, sorrir e acenar.

Já não há borboletas na barriga. Já não permito que se manifestem na antecipação. Já não fazem sentido. Tenho saudades delas, mas morreram um bocadinho desde aquele murro no estômago há seis meses. E foram morrendo aos poucos com a contagem dos dias de silêncio e ausência do Verão. Reanimaram um pouco quando passou a haver mais disponibilidade do outro lado. Ou, pelo menos, uma suposta disponibilidade. Que se concretizou em partilha de momento menos bom e que me mostrou que eu me preocupo demais com quem se dá de menos.

Agora, a mudança de comportamento. E o meu estúpido gut feeling que me diz qual a razão para essa mudança. E, desta vez, não tenho dúvidas nenhumas de que está certo. E, estando, isso entristece-me. E deixa-me zangada. Como ainda estou.

Por isso, não. Não há borboletas. E se houver alguma coisa amanhã, como era para ter havido ontem e não houve, vai continuar a não haver borboletas. Porque, agora, sou eu que não as quero por perto.

Estou cansada disto. E, por isso mesmo, decido pôr um ponto final. Em quê? Nem sei. Afinal, não passo de uma simples presença online. E acho que é isso mesmo que vai acabar. Vou passar de presença a ausência. E quem quiser, sabe onde e como me encontrar. Basta querer. Mas também sei que não vai acontecer.

Por isso, amanhã não vai ser fácil, partindo do princípio que vai acontecer o que está previsto. Mas é algo que me é necessário. Para meu bem. E neste momento só eu importo. O resto, dada toda a mudança das últimas semanas, não me merece muito mais.

Não, não vai ser fácil. Mas vai ter que ser. Depois? Prevê-se um longo caminho a percorrer. E que vai ser a doer. E depois logo se vê…mas por agora chega.