Daily Archives: 16/11/2022

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Depois de ontem, hoje percebi que estou zangada. Com a conversa de ontem que me fez sentir que foram cinco anos deitados fora. Foram absolutamente descartados. Com uma facilidade que me surpreende cada vez que me lembro da forma como a mensagem chegou a mim.

Zangada. Nem desiludida nem magoada. Simplesmente zangada. E, em parte, zangada comigo. Desde o primeiro dia que sabia que não podia querer mais do que tinha. Ou do que julgava ter. Afinal, depois de ontem, chego à conclusão de que afinal não tinha absolutamente nada. Porque “somos o somos”. Tão fácil dizer isso para não dizer que somos nada.

Zangada. Claro que sim. E com vontade de virar costas simplesmente, sem mais. Mas há uma data marcada que já está confirmada. Com condicionantes menos agradáveis. Mas que não me fazem voltar atrás. Há, para essa data, um objectivo muito específico para mim. Muito simples, mas que tenho vontade de concretizar há muito tempo. Por isso, não são as condicionantes menos agradáveis que me vão fazer desistir. Depois dessa data, logo se vê se viro costas simplesmente. Talvez o faça. É o mais certo. Até porque, para o outro lado, será completamente indiferente. Porque, afinal, somos o que somos: nada.

Há cinco anos éramos estranhos um para o outro. Podemos continuar a sê-lo. Porque, lá está, somos o que somos: nada.

Não, não foi um dia bom. Muito trabalho foi o que me permitiu não sentir tudo de forma tão intensa. Mas sim, senti que estou zangada. Muito zangada.

Amanhã? Vou continuar a sentir tudo o que tenho que sentir. E se esse sentir continuar a ser zangada, então seja. Porque é zangada que estou. Muito.