Sexta feira que foi longa. Começou a horas razoáveis para quem está de férias com um pouco de descoberta vinda do que já se esperava ser. E, já sei, dali só a música pode ser coisa boa. Mas está a ser uma descoberta interessante a nível musical. O resto é mais do mesmo.
Sexta feira que foi longa. Uma manhã que nunca mais acabava e uma tarde na rua que se transformou em duas horas e meia de um lado para o outro e quatro kilómetros percorridos. E um final de dia à beira da praia para, mais uma vez, assistir ao pôr do Sol.
Pôr do Sol na praia e uma vontade enorme de voltar ao pôr do Sol na baía. Que, já sei, não vai voltar a acontecer. Já não há disponibilidade para isso do outro lado. Nem vontade, de certeza.
Mas há uma promessa de jantar para breve. Resta saber se será só mais uma promessa porque sim ou será mesmo para acontecer. Mas, lá está, não vou fazer planos. Desisti de fazer planos há muito tempo. E promessas…bem, deixei de acreditar em promessas há muito tempo também. Especialmente depois de as ver a serem quebradas tão facilmente. Resta-me tentar perceber se esta também vai ser quebrada ou se é para concretizar. Quero muito que se concretize. Há algumas coisas que quero tentar perceber e esse jantar seria o ideal para o fazer. E depois então decidir o que fazer. Mas o mais certo será manter a distância que já existe e não voltar aos rituais que só a mim faziam sentido. Essa parte, por muito que me custe, não vai voltar a acontecer. Afinal, até uma simples presença online tem que ter peso, conta e medida. E, se essa distância e mudança forem notadas agora como foram notadas há seis meses, sei que acabarão por ser questionadas. Mas dificilmente serão notadas. E não serei eu a pegar nesse assunto. Mas, se pegarem, então será dito tudo o que trago comigo.
Já não sei se ainda estou zangada. Sei apenas que estou muito confusa. Sem saber muito bem o que pensar, fazer, sentir…não sei mesmo. Sinto-me perdida e, já sei, quando me sinto perdida acabo por me deixar levar ao engano. E aí entra a descoberta das últimas semanas.
Já sei que serei eu a sair magoada desta história toda. Como já saí. Mas acredito que ainda será possível magoar-me mais. E não quero…
Um dia. Um dia vou sair por cima numa qualquer nova história que venha a acontecer. Nesta cheguei a acreditar que o desfecho fosse diferente. Mas enganei-me. E isso ainda dói.
Agora é esperar para ver se o jantar acontece ou não. Mas, desta vez, vou cobrar esse jantar. Porque, se for para não acontecer, vou querer saber porque surgiu a ideia de irmos jantar. Só para parecer bem? Só para me calar? Eu não gosto de cobrar nada a ninguém. Mas também não gosto de coisas ditas sem intenção de acontecer. Por isso vou cobrar o jantar ou uma explicação. Uma das duas coisas vai ter que acontecer.
Já atirei o barro à parede, desta vez para pedir uma data. Ainda será uma data a alguma distância. Mas quero que fique registada na agenda com tempo. Ainda não tive resposta. Nem devo ter tão cedo. Mas vou voltar a essa questão até ter uma data.
Enfim…é encolher os ombros, sorrir e acenar. Entre uma nova descoberta e uma velha amizade, nada me vai levar a lado nenhum. Mas, seja num caso ou no outro, só não quero voltar a magoar-me.
O dia foi muito longo. E, por muito que tentasse, não consegui desligar a cabeça. E preciso de o fazer. Preciso de pensar apenas em mim e no que é melhor para mim. Porque o mais importante sou eu. Tudo o resto tem que vir depois. Mas estou confusa. Muito confusa. E um bocadinho perdida…e com saudades do pôr do Sol na baía. Por tudo o que representa para mim.