Das coisas que ainda não aprendi. E que dificilmente vou aceitar. Eu já não sou, porque não posso ser, a mesma de, por exemplo, há um ano.
Sair de casa antes das 8h da manhã para regressar às 19h e passar o dia de um lado para o outro há um ano ainda se fazia bem. Chegava a casa moída e cansada, claro. Mas não era nada por aí além.
Hoje, sair de casa antes das 8h da manhã para regressar às 19h, tendo ido a vários sítios mas nem tanto tempo assim em cima das pernas, com excepção de quando decidi vir da vila a pé com paragem longa no paredão para matar saudades do pôr do Sol na praia seguida de passagem pelo parque até casa? Asneira! Foi chegar a casa sem força nas pernas e com demasiadas dores ao ponto de não conseguir sequer andar quando já em casa.
Não, ainda não aprendi a ser comedida nos esforços da marcha. Não, não aceito o estado a que cheguei a casa. O não conseguir andar. Porque andar era algo que eu sempre dei como garantido desde que aprendi a andar.
E não aceito sequer a possibilidade, não sei se remota ou não, daquela solução que tenho visto em pessoas como eu.
Continuo a não conseguir aceitar nada disto. Continuo a não conseguir chorar. Continuo zangada, revoltada, frustrada.
E continuo a aprender a lidar com isto. De uma forma que nem eu sei bem como. Mas sei que um dia aprendo.
Agora? Hora da Cinderela que já devia estar a dormir. Amanhã é dia de Hospital, felizmente a uma hora mais simpática que não obriga a madrugar. Mas já sei que o meu corpo se vai ressentir de hoje.
Felizmente a tarde está reservada para o sofá. Ou não, ainda não sei. Sei, sim, que hoje foram 3,2km que me derrubaram. Quando há relativamente pouco tempo não faziam mossa.
Seja. Amanhã, quando voltar do Hospital, logo se vê se a tarde fica ou não reservada para o sofá. Por hoje já chega…
