Resumo do dia de hoje:
- – Acordar com o despertador às 6h30 com uma notificação do próprio telemóvel a informar que a minha estabilidade a andar continua muito baixa e existe o risco real de queda nos próximos 12 meses. Não nego a cada vez mais fraca estabilidade a andar e o risco real de queda, por isso termino todos os dias a celebrar comigo própria o facto de ter conseguido ainda não cair. Por pouco em algumas situações (ainda hoje…), é verdade. Mas tenho conseguido evitar a queda. Mas se tenho medo das possíveis consequências de uma queda? Tenho. Muito.
– Demorar mais de 1 hora para chegar, de autocarro, à paragem mais próxima da consulta. Claro que cheguei lá com 55 minutos de atraso. Mas telefonei e avisei. “Não tem problema, a Doutora espera.
– Consulta com boas notícias. As análises que não foram feitas há dois dias acabaram por não ser necessárias porque, no meu processo, constam os resultados das análises que fiz uma semana depois da toma da medicação intravenosa e os valores que a Dra. queria saber também foram registados nessa altura. A função hepática melhorou. Continuo sem qualquer efeito secundário, seja do antibiótico diário em jejum da terapêutica preventiva, seja da medicação intravenosa de há umas semanas para travar a progressão disto que me apanhou na curva.
– Aquele pastel de nata que acompanha o café sempre que vou à consulta ali. Não falha. E é demasiado bom para dizer que não. Seja como for, só como pastel de nata com açúcar e canela, sempre!, quando vou ali. E já só volto lá em Janeiro, por isso, é tranquilo.
– Muito cansada quando cheguei a casa. Muito sono que, confirmou-me hoje a médica, afinal faz parte dos efeitos da medicação. Disse-lhe, claro, que “muito sono” é o meu nome do meio. Mas, pelo menos, agora já entendo ao que se deve.
– Depois do almoço, café e tratar de algumas burocracias online para, logo após as 16h, aterrar no sofá e morrer para o Mundo até ser acordada às 20h30 para jantar. Foi impossível manter-me acordada. Muito cansada e com muito sono, bastou o aconchego da manta e o calor da almofada térmica e depois de me aninhar não me lembro de mais nada.
– Uma saudade imensa dele. Que amanhã será igual ou ainda maior porque vai estar menos disponível.
– É Halloween. Nunca lhe achei piada. Já me tocaram à campainha. Levaram uma nega, claro. Assim como levou nega o grupo que encontrei na entrada do prédio quando voltei do café e perguntou se sabíamos de alguém que abrisse a porta para entregar doces. Conhecendo (pouco) os vizinhos que tenho, respondi que ninguém iria abrir a porta. Coincidência ou não, apesar de ainda ouvir pela janela os grupos que andam por aí, a campainha não voltou a tocar. E ainda bem.
E assim se passou mais um dia. O sono? Continua em barda, por isso hoje não vou ficar pelo cadeirão muito mais tempo. Vou fumar mais um cigarro e a cama é o próximo ponto de paragem. Agora já com edredon e a companhia habitual da almofada térmica quentinha é o lugar perfeito para se estar. E adormecer vai acontecer muito rapidamente.
Quanto a amanhã, é o que vier. E depois logo se vê. A única certeza que tenho é que vou ter muitas saudades e sentir muito a falta dele. O resto? É só mesmo isso: o resto.