{#314.52.2022}

Quinta feira e o barro atirado à parede que deu em nada. Ou deu apenas numa grande neura, a minha.

Um simples bom dia. Ignorado desde as 8h da manhã até agora que são 23h05. E que continuará a ser ignorado. Até quando? E porquê…? Não entendo. Seis dias de uma contagem que não queria. Irei, claro, voltar a tentar um retorno. Porque há uma data marcada que se aproxima. E eu quero saber com que linhas me coso para essa data marcada há quase um mês. Mas para isso preciso que me respondam. Que me dêem retorno. Não que me ignorem como estão a fazer…

Dizem-me que não devia overthink. Mas eu, borderline, sou overthinker por natureza. Penso, penso, penso e penso. E acabo sempre por pensar o que não devo: que o problema sou eu. Porque não vejo alternativa. Por muito que entenda que o outro lado esteja a precisar de espaço e tempo, não entendo o acto de ignorar alguém. A menos, claro, que esse alguém seja o problema.

Mais uma vez o denominador comum, eu. Mais uma vez me culpo a mim mesma pelas atitudes dos outros para comigo. Porque sou eu…não consigo ver as coisas de outra forma.

Nunca gostei de me sentir ignorada. Faz-me sentir insegura e até indesejada.

Dizem-me que devia praticar o desapego. Soltar e deixar ir. Já tentei convencer-me que não é fugir, é não pôr pressão. Devia conseguir praticar esse desapego e não ficar tão abalada pelo simples acto de soltar e deixar ir. Mas não consigo. Porque me sinto ignorada. Porque tenho medo do abandono. Porque não quero perder uma amizade. Porque não quero o afastamento. Porque, porque, porque, porque!

Não é fácil ser eu. Nunca foi. E ao contrário do que era suposto, que é ficar mais fácil com o tempo e a experiência, a verdade é que parece ser cada vez mais difícil. E eu não sei até quando é que vou conseguir aguentar isto de ser eu sem me magoar. Porque sei que é o que vai acontecer…

Não. Não gosto de ser ignorada. Não é fácil ser eu. E o único denominador comum sou eu. E hoje está a ser particularmente difícil esta junção de factores. Mas vai ter que melhorar. Não posso esquecer-me de mim. Não posso permitir-me ficar menos bem só porque alguém escolhe ignorar-me. Por isso é bom que amanhã, ignorada ou não, o dia seja menos pesado.

Hoje não foi um dia bom. Ao ponto de eu própria perceber o meu mau humor e me sentir incomodada com isso. Há muito tempo que não acontecia. E não pode continuar a acontecer. Mas para isso é preciso que eu mesma aprenda a dar a volta e a sair por cima. Não é fácil…mas volto ao registo de um dia de cada vez. Sem pressa.

Amanhã será melhor. Vai ter que ser. Com ou sem retorno, vai ter que ser melhor. Mas, continuando a ser ignorada, será outro dia difícil…

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