Daily Archives: 01/03/2023

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Quarta feira, dia do meio, dia nim, nem não nem sim. Dia de trabalho a partir de casa. Aquele dia em que o despertador tocou 3 horas mais tarde do que o habitual. E que diferença! Entrar mais tarde e a partir de casa tem tudo para correr bem. A manhã pode ser um bocadinho confusa porque estou habituada ao horário certo de entrada às 9h. Fico ali um bocadinho perdida até às 10h com a sensação de estar a falhar. Mas não estou. Saio mais tarde uma hora, claro. Às 19h. Mas quando desligo o computador já estou em casa. Não há corrida para o autocarro, não há engarrafamento. Já estou onde devia estar.

É uma situação temporária? É. Apenas dois dias, hoje e amanhã. Mas que valem tanto.

É importante, não nego, o trabalho presencial. Não pelo trabalho em si, que se faz da mesma forma em casa ou presencial. Mas pela rotina de sair, ver e estar com outras pessoas. Faz bem. E, admito, sabe bem. Mas trabalhar em casa, especialmente nesta altura em que ainda está tanto frio, é outro conforto.

Sair de casa todos os dias um bocadinho também se aplica quando saio mais tarde e quando está muito frio, como hoje. Sair de casa e olhar para cima e registar aquele momento em que Vénus e Júpiter aparecem no céu tão próximos. Conjunção, chamam-lhe. Não passa, na verdade, de uma ilusão. Tão perto no céu, tão distantes no Espaço. É um fenómeno que também se pode aplicar a pessoas. Que, à primeira vista, parecem tão próximas mas que, na realidade, estão tão distantes. Conheço, na primeira pessoa, uma ou outra história assim…

Trabalho, trabalho e mais trabalho. Falta aqui um bocadinho mais de mim para além do trabalho e daquele momento breve na esplanada ao final do dia para desligar o chip. Mas e tempo para isso? Resta-me o fim de semana para ter um bocadinho mais de mim no resumo do dia. Um bocadinho de História ou histórias. Tenho que começar a organizar os fins de semana e fazer deles algo de útil…

Entretanto chegou Março, o melhor de todos os meses. O meu mês de renovação. O meu mês de fecho de um ciclo e início do seguinte. Mês, também, de aniversário. Este ano com um número que já me assusta, que impõe respeito, mas que não reconheço como meu. O Cartão de Cidadão diz que sim. Mas eu continuo a achar que a minha idade ficou lá atrás, nos 27. Aí reconheço-me. Aí aceito-me. Aí sou eu. Mas tenho que aprender a aceitar o número que o Cartão de Cidadão me dita. E, apesar de tudo, não me esqueço que chegar até aqui é uma bênção. Nem toda a gente cá chega…

Não vou pensar demasiado no dia em que o número vai aumentar. Ainda falta algum tempo. Gostava de fazer alguma coisa diferente, claro que sim, mas nem sei o quê… Muito provavelmente não irei fazer nada, como sempre. Mas gostava mesmo de fazer alguma coisa diferente…

Logo se vê! Agora é hora de começar a pensar em desligar por hoje. Enroscar para aquecer. E dar o dia por terminado. Amanhã? Será, de novo, um dia longo e frio. Falta muito para a Primavera? Estou cansada do frio… Mas, pelo menos, amanhã ainda estou em casa. E, só por isso, será um dia bom. Assim como foi o de hoje.

O resto que continua a vaguear pela minha cabeça é só mesmo isso, o resto. E não me apetece trazer restos para aqui. Amanhã? Logo se vê. Por hoje chega…