Segundo dia em modo teletrabalho temporário. Mais três horas dormidas. E não foi há tanto tempo assim que disse que precisava de mais tempo para dormir…
Eram apenas dois dias, seria de regressar amanhã ao trabalho presencial. Ao confirmar logo de manhã, fiquei a saber que, afinal, mantemos o resto da semana. Se me chateia? Nem um pouco. É mais um dia que ganho em casa, são mais três horas de sono que ganho. Amanhã logo se vê o que me espera na próxima semana. Mas o mais certo é voltar ao trabalho presencial. Seja. Estes três dias já foram muito bem vindos.
Estou farta de ter frio. Todos os Invernos me queixo, eu sei. Mas este está a ser particularmente difícil…
Há 7 anos escrevia sobre ser diferente. Porque o sou, de facto. Não sou uma rapariga igual às outras. E se na altura me incomodava a diferença, ou apenas o facto de me apontarem essa característica, hoje vivo bem com ela. Gosto de ser diferente. Tenho orgulho em ser diferente. Faz de mim única. Como somos todos, na verdade. 1 em mais de 8 mil milhões de pessoas no Mundo. Como não ser única? Como não ser diferente? Sou o que sou. Sou aquela miúda que fica feliz por ter mais um dia em teletrabalho, sou aquela miúda que se repete até à exaustão porque já não aguenta o frio, sou aquela miúda que se sente orgulhosa por ser diferente. Sou aquela miúda que se apaixona facilmente e a valer e mantém essa paixão anos a fio mas que também sabe como se desligar de um dia para o outro porque decidiu ir em busca de si própria. Sou tudo isso e muito mais. Não sou para todos. Nem toda a gente sabe como lidar comigo. Mas quem não sabe é porque de facto não me conhece nem faz um esforço para conhecer. E para esse peditório já dei. Também por isso é que facilmente desligo de alguém. Perceber que alguém não me conhece nem se esforça por conhecer, talvez por não ter interesse nisso mesmo ao fim de 5 anos de interacção diária, faz-me alguma confusão. Ou fazia. Já não faz. Decidi que eu estou em primeiro lugar. Fui em busca de mim mesma. Quem não me conhece nem nunca fez um esforço para me conhecer não me vai acompanhar nessa busca. Porque, agora, quem não quer sou eu.
Esta cabeça hoje está uma confusão. Estou a querer pegar em vários pontos ao mesmo tempo. Não vai correr bem. Por mais nada que não seja simplesmente baralhar tudo e não conseguir desenvolver um pouco que seja com pés e cabeça…
Mas também é isto que eu sou. Com mil coisas na cabeça em simultâneo, que não me largam enquanto nãos lhes dedicar o tempo que for necessário. Como está a acontecer com aquela pergunta que me fizeram na segunda feira, ligada ao trabalho, que me encheu de dúvidas e inseguranças, à qual respondi a quente sem lhe ter dado o tempo necessário para pensar nela e ponderar. Hoje a resposta seria outra. Amanhã tento nova abordagem. A ver como corre. Provavelmente irá deixar-me novamente cheia de dúvidas e inseguranças. E novamente a pensar demasiado como boa overthinker que sou. Mas esta também sou eu…
Preciso de falar sobre tudo isto com alguém. Conversar sobre cada um dos pontos que me incomodam. Porque, na realidade, quando se alojam no pensamento e não me largam acabam por incomodar… Felizmente o fim de semana está a chegar e já falta pouco tempo para mais uma consulta com o terapeuta fofinho, onde posso expôr todas as minhas questões e dúvidas e ouvir quem está de fora e que me ajuda sempre a pôr as coisas em perspectiva…
Sim, preciso de conversar sempre sobre tudo. Não só preciso como gosto de o fazer. Gosto de conversar e desconstruir o que tenho enrolado na minha cabeça. E preciso tanto de o fazer…só assim consigo algum equilíbrio.
Quinta feira. E o frio para o qual já não há pachorra. É hora de recolher, enroscar para aquecer e preparar-me para mais um dia de trabalho em casa. Amanhã? Só por estar em casa e ser sexta feira vai ser um bom dia. O resto? É o resto. E logo se vê…