Domingo foi, há já muitos anos, instituído cá em casa como sendo o Dia de Santo Pijama. Aquele dia em que se dorme até mais tarde, toma-se o pequeno almoço à hora de almoço, almoça-se quando for e, noutros tempos, o jantar de garfo e faca era quase opcional. Mas o que era quase obrigatório era não sair do pijama o dia todo. Ou seja, não sair de casa o dia todo. Há muito tempo que não celebrava o Dia de Santo Pijama na sua plenitude, porque sentia sempre necessidade de sair de casa um bocadinho para espairecer, apanhar ar, beber café.
Mas hoje, mesmo não tendo café em casa desde sexta feira (ou quinta? Já nem sei…) e estando a esplanada do costume fechada ao Domingo, não saí do pijama o dia todo. Banho? Vai ficar para amanhã quando acordar. Hoje, depois de mais uma noite inquieta e tardia, não houve sequer coragem para sair do pijama e do sofá…
Ainda tinha pensado em ir até à praia seguir as indicações do médico: “caminhar na areia seca para trabalhar o equilíbrio e na areia molhada para estimular os pés. E, se cair, não faz mal! Já está na areia!”.
Pensei em ir, consultei a beachcam para confirmar o estado das praias e das marés, conversei com a minha mãe sobre a eventual ida até à praia também para aproveitar o dia que esteve bonito e não esteve frio. Até adormecer no sofá, com o telemóvel na mão enquanto escrevia numa publicação para o Instagram cujo texto a certa altura deixou de fazer sentido mas que ainda consegui, não sei como, carregar em Publicar. E publiquei, de facto. Não sei como, só sei que já tinha apagado no sofá quando o fiz…
Adormecer com o telemóvel na mão à noite, já na cama, é cada vez mais frequente. E sempre com o Spotify a dar-me música. Mas no sofá foi a primeira vez…
A fadiga faz parte desta coisa que me apanhou na curva. Não tenho que ter feito nada de especial. Ou até mesmo nada de nada! Para ficar esgotada como hoje? Bastaram as noites tardias. E, sim!, é esgotada que me sinto! Não faço nada o dia todo, é verdade. Há mais de um ano que não faço nada que me canse. Mas, todos os dias, me sinto esgotada. Sem energia para nada. Por isso, aquela ida à praia que eu queria para hoje, não aconteceu.
Em situações normais, bastaria um curto período de descanso para repôr energias e recuperar. Mas agora? É preciso aprender a viver com a fadiga, que é diferente do simples cansaço, e eu ainda agora estou a começar a conhecer este sintoma. Vou ter que aprender a auto-regular a energia dispendida para perceber como é que isto funciona…
Mas é horrível e percebo agora quando dizem que a fadiga pode ser incapacitante…
E, por hoje, não quero ter uma noite tardia novamente. Quero descansar. Do quê? Não sei. Mas estou esgotada. E amanhã começa tudo outra vez. E, por isso mesmo, logo se vê. O que é urgente agora é ir dormir, descansar (de nada, eu sei!) e tratar de mim. E amanhã logo se vê.