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Há dias que são simplesmente dias “Não“. Não quero dormir, não quero acordar cedo, não quero sair de casa, não quero que o telefone toque, não quero ouvir ninguém, não quero ver ninguém, não quero falar com ninguém. Sendo ele a excepção óbvia.

Hoje foi um desses dias…

Devia ter saído de casa para dar uso às pernas? Sim, devia! Assim como devia fazê-lo TODOS OS DIAS.

O ideal? Era ter, em casa, uma daquelas bicicletas fixas que tanta gente tem em casa arrumada a um canto a servir de cabide. Garanto que, em vez de ficar aqui sentada no cadeirão sem me mexer, iria pedalar todos os dias várias vezes por dia. E depois ia até ao parque caminhar um pouco.

Estou preocupada com a minha marcha, para já nem falar do equilíbrio, e pondero inscrever-me num ginásio. Que já tive essa fase há uns anos, ginásio TODOS OS DIAS depois do trabalho e que aprendi a abominar.

Não faltam ginásios aqui no burgo, mas só de passar à porta e ouvir aquele barulho ensurdecedor de música que deixa a desejar, só de passar à porta!, a vontade é de fugir!

Procuro a piscina que toda a gente diz que existe mas ninguém me sabe explicar onde. Não seja por isso, em último caso tenho a piscina de Corroios.

O importante, mesmo, é trabalhar as pernas. Não posso, NEM QUERO perder a mobilidade! Que, aos poucos, está cada vez mais difícil.

Os dias “Não” também têm que ser combatidos se começarem a ser regulares. Podem acontecer uma vez por outra. Mas, com regularidade? Não!

Resumindo e baralhando: continuo muito perdida, pouco assistida, nada acompanhada e à espera do regresso à fisioterapia a 6 de Novembro.

E deprimida? Claro que sim. O neurologista viu isso no meu olhar por cima da máscara. O psicólogo não viu, não ouviu, não quis saber.

E assim vão seguindo os dias por aqui. Um atrás do outro. E todos iguais. A ver o tempo passar…

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