Mais uma voltinha, mais uma viagem. Mais uma ida ao Hospital, desta vez para análises pós-medicação.
Mas ainda não foi hoje que me deram o cartão de Utente Frequente para converter as visitas em cafés…e isso, meus amores, eu achindecente!
Mas, por hoje, já está. Ao Hospital de Dia, para análises e toma de medicação, só volto em Abril. Sendo certo que, para a semana, pico o ponto no Hospital outra vez, para outra visita à sala de espera mais deprimida do Hospital.
Aproveitei para fazer algumas perguntas à Enfermeira Elisabete, que é uma querida e sempre disponível. E sim, é perfeitamente normal ter morrido para o Mundo no dia a seguir à toma da medicação. Afinal, é o meu corpo a ajustar-se à medicação. E sim, para que a medicação faça o seu trabalho durante 6 meses, é uma dose pesada e algo violenta para o organismo. Mas, verdade seja dita, tirando o dia a seguir à toma da segunda meia-dose da medicação em que morri para o Mundo, não houve qualquer manifestação por parte do meu organismo quanto a efeitos indesejados. Nem uma má disposição para contar a história, nem nada de nada. Agora com as análises pós-medicação feitas é esperar que não me telefonem do Hospital por causa dos resultados. Não seria bom sinal…
Lá para Março, está prevista (mas ainda não marcada) nova Ressonância Magnética completa, ou seja Craneo Encefálica, Cervical e Dorsal para comparar com a de Janeiro passado e servir também de referência futura para acompanhar o trabalho da medicação. Sei que as lesões no cérebro e na espinal medula não irão desaparecer, não é sequer possível que tal aconteça. Mas, se se perceber que, com o tempo, não existem novas lesões ou que são poucas e/ou ligeiras, então é sinal que a medicação está a cumprir o seu papel.
Claro que, ao voltar para casa, ficou combinado com a minha mãe que, depois de almoço iríamos descansar um pouco para depois irmos beber um café e seguir para o parque. Não aconteceu. Não sei bem o que aconteceu, mas para quem acabou de almoçar antes das 14h e só conseguiu parar no sofá às 16h, é porque alguma agitação surgiu. Na verdade foram só telefonemas, nada de extraordinário, mas o suficiente para me fazer chegar ao sofá à hora que queria estar a sair para o parque…
Não conseguia, por muita vontade que tivesse, e tinha!, de ir ao parque, sair sem descansar. Especialmente sem esticar e aliviar as pernas. Não que tivesse andado muito de manhã, porque não foi assim tanto. Mas estavam cansadas e doridas. E, confirmei também com a Enfermeira Elisabete, o cansaço nisto que me apanhou na curva é bastante normal. Aquele cansaço que também é conhecido por fadiga. Por isso, é estupidamente normal que, assim que me estiquei no sofá com o aconchego da manta, tenha adormecido em menos de nada. Passava pouco das 16h. E lembro-me que, quando me estiquei no sofá, queria enviar uma mensagem para ele. Não enviei…mas não sei se não terei adormecido, mais uma vez, com o telemóvel na mão…
Enfim, duas horas e meia depois fui acordada. Não tivesse a minha mãe tido a vontade de me acordar para lanchar acho que teria acordado, muito provavelmente, amanhã…
Mas a verdade é que agora a noite já começa a roçar a madrugada e eu ainda não me deitei. Apenas e só porque a minha cabeça está uma confusão. Sinto-me como se estivesse a haver uma enorme discussão dentro da minha cabeça. Não sei ao certo o motivo da discussão, mas desconfio que está relacionada com as dúvidas que me têm perseguido nas últimas noites sobre quem sou eu a nível mental…
Mas não quero dar demasiada importância a essas dúvidas. Podem ser só resultado da minha hipocondria aliada ao demasiado tempo livre que tenho nas mãos… Porque isto de estar sem trabalhar há mais de um ano por estar doente, que estou!, deixa de ser engraçado quando te leva a pensar coisas que não fazem sentido. Ou será que fazem…? Já não sei. E é isso que se discute na minha cabeça neste momento…
Estou cansada. Tenho sono. Começo a divagar no que vou escrevendo. Olho para o relógio e confirmo: já devia estar a dormir há muito tempo… Por isso é melhor parar por aqui. Não deixar que a confusão e a discussão na minha cabeça tomem conta do que escrevo. Vou ter que, rapidamente, começar a ir dormir cedo. A fisioterapia está quase a recomeçar. E, desta vez, será bem cedo, não vai dar para continuar a ir dormir tão tarde todas as noites sabendo que vou ter que sair de casa tão cedo…
Posto isto, vamos dar o dia por terminado. Chega. Tenho muito sono. Vou ali enroscar com ele, mesmo que ele esteja a 135km daqui e à distância de um clique. Não interessa, porque todas as noites enroscamos. De uma forma que só nós entendemos, que só a nós faz sentido.
Por hoje já não dá para mais… Amanhã? O objectivo é ir ao parque. Depois? Logo se vê…