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Estou cansada de fazer de conta. Fazer de conta que está tudo bem. Quando não está…

Hoje fizeram-me uma pergunta que há muito tempo ninguém fazia e que é tão simples de fazer: “Como estás?

Podia ter feito de conta e respondido aquilo que toda a gente quer ouvir: está tudo bem. Só que não está. E eu não quero continuar a fazer de conta. E, neste caso concreto, não ia fazer de conta a quem se faz P de Presença. Por isso, e mesmo não sabendo fazer resumos, dividi a resposta em três:

FISICAMENTE estou bem;

MENTALMENTE muito confusa;

EMOCIONALMENTE muito perdida.

E, basicamente, consegui fazer um resumo sem fazer de conta.

A única coisa que não lhe disse é que, para além de estar farta disto, dei por mim a sentir e a verbalizar que estou farta de mim

Por isso, não!, não vou continuar a fazer de conta. Que está tudo bem. Que vai correr tudo bem. Que eu estou bem. Porque não é verdade. Não está tudo bem. Não sei se vai correr tudo bem. Eu não estou bem. E tudo isto aliado ao sentimento de solidão é perfeito para me afundar a uma velocidade que até a mim está a assustar. Porque eu já estive aqui antes. E sei que este lugar não traz nada de bom.

Por isso não!, não vou continuar a fazer de conta. Estou cansada desse jogo em que nada é real. E vou mostrar-me como sou e como estou neste momento: na merda!

Já percebi que, mesmo fazendo de conta, a solidão se faz presente. Por isso, se é para lidar com a solidão, nada como ser eu própria, tal como sou e como estou. Mostrar a minha versão real.

Mas, ao mesmo tempo, sinto que devia continuar a fazer de conta. Porque nisso eu já sou perita. Mas não quero. Sozinha por sozinha, então que seja a eu real.

Enfim…

A verdade é que a solidão dói para caraças. E, claro, continuo a achar que a culpa é minha. Porque me isolo. Porque me afasto quando não estou bem. Porque sei lá porquê! Mas, claro, a culpa é minha…e, também por isso, estou farta. De mim

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