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Hoje foi dia de parar. Simplesmente parar. Para recuperar dos últimos dias e preparar-me para amanhã sair de casa antes das 8h para mais uma consulta. Só mais uma. Outra vez. Fazer o quê? Ir, mesmo que não tenha o resultado das análises que não foram feitas ontem no Hospital por causa da greve dos técnicos de diagnóstico. Não interessa. Se é para cuidar de mim, vou. Ponto final. Vai-me custar, claro, sair de casa tão cedo, mas desde que não esteja a chover já não é mau.

O dia de hoje estava pensado para ser um bocadinho mais mexido. De manhã um céu azul perfeito e o Sol a brilhar. Cheguei a pensar em ainda ir beber café à esplanada para aproveitar essa manhã bonita. Mas, sozinha em casa, não quis arriscar.

Andei entre o sofá e o cadeirão. Mas sempre a pensar em sair de casa mais perto do final da tarde. Ir de casa até ao parque. Aí voltar a largar a bengala e o braço da minha mãe e trabalhar o equilíbrio. O objectivo final seria, claro, chegar ao paredão e, mais uma vez, esperar pelo pôr do Sol na praia.

Não aconteceu. São Pedro não colaborou, trouxe as nuvens, tapou o Sol e ainda deu ordem de chuva, ainda que pouca e fraca, que as nuvens cumpriram. Acredito que tenha sido uma qualquer espécie de sabotagem para me obrigar a ficar quieta e sossegada e descansar.

Claro que, depois de várias horas no cadeirão, assim que cheguei ao sofá poucos minutos depois das 18h, adormeci de imediato, com o telemóvel na mão enquanto escrevia uma mensagem. Mais uma vez. Já começa a ser habitual, coisa que nunca foi normal em mim…

Dormi e descansei. Pelos vistos estava a precisar mais do que pensava.

Todo o dia foi passado em câmara lenta, tudo muito devagar, devagarinho. Mas, e como sempre, com a presença dele. A quem disse que tinha escrito algo que gostava que ele lesse. E leu.

E posso garantir que o ponto alto do meu dia foi, precisamente, a reacção dele. Que, mais uma vez e talvez até nem fazendo ideia disso, me confirmou que sim!, ele é, de facto, a outra metade de mim que eu não sabia que me faltava.

E as palavras que me deixou depois de me ler não deixam dúvidas de nada. E ficam guardadas comigo, bem fundo cá dentro. E, sempre que precisar de algum conforto, algum aconchego, sei que elas estão guardadas em mim.

Agora, é com um sorriso no rosto que vou aninhar e enroscar na nossa conchinha de bichinho de conta. Porque, mesmo que haja uma distância de 135km entre nós, ele está sempre comigo e é aconchegada nele e por ele que todas as noites adormeço. E hoje não será excepção.

Quanto ao dia de amanhã? Logo se vê. Não me apetece pensar nisso agora. A única coisa que tenho a certeza sobre amanhã é que ele vai estar presente, como está sempre. Desde o primeiro dia. E isso é o que importa. O resto é só mesmo isso: o resto.

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