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De novo as dores nas pernas. Fisioterapia de manhã em que para lá não houve qualquer problema com a marcha, exercícios ligeiros que não justificam o que veio depois…

Ao voltar para casa, sair do autocarro já com algum incómodo nas pernas, ir até à esplanada que fica em frente à paragem para um café, deixar-me ficar por ali um bocado e ganhar coragem para me fazer ao caminho. São uns 400 metros da paragem até casa, portanto nada de extraordinário. Mas, se não fosse a presença da minha mãe, não sei mesmo como iria conseguir voltar para casa… As pernas, mais uma vez, não obedeciam e gritavam-me já não terem forças para dar mais um passo…mas tiveram que dar porque eu tinha que voltar para casa. E era logo ali… Foram 400 metros com muitas pausas, muitas paragens, muitas dores que não sei de onde vêm.

Já em casa, não havia posição para estar…as dores, a falta de força, a minha vontade de chorar e não conseguir…

Lembrei-me das aulas de Yoga. Tinha que recuperar para a aula de hoje. Mas tinha também, já há uns dias, um asana sugerido pelo professor que sabia que me poderia ajudar. E hoje deixei de ser preguiçosa e fiz o que tinha que fazer. Deitada no chão, pernas na parede, respirar de forma profunda e consciente. Tempo recomendado pelo professor: 10 minutos. E assim foi.

10 minutos dedicados exclusivamente a mim e, mais uma vez, inspeccionados pela gata que, a primeira vez que fiz isto em casa, ficou assustada por me ver no chão sem reagir aos miados, às cabeçadas, aos toques com as patas. Até que, terminados os 10 minutos, me levantei e ela percebeu que estava tudo bem. Estávamos só as duas em casa e percebi que ela estava um bocadinho em pânico dessa primeira vez. Mas, na vez seguinte, sabendo que estava tudo bem, deitou-se em cima da minha barriga e do meu peito e ali ficou os 10 minutos.

A verdade é que, hoje, percebi o poder dos asanas. As dores que sentia nas pernas antes desses 10 minutos foram lentamente desaparecendo. A descoordenação e falta de força também. Quando terminei, era outra. Sem dores, a conseguir andar, sem queixas e com energia para, dali a pouco tempo, caminhar até à aula de Yoga.

Tive algum receio que as dores voltassem no final da aula, especialmente por ter sido uma aula intensa. Mas hoje também era dia de Yoga Nidra, o tal relaxamento profundo que me permitiu descansar e recuperar antes de me fazer ao caminho de volta.

Consegui fazer o caminho de volta para casa a bom ritmo, sem muitas dores ou mesmo nenhumas. Voltaram depois de parar. Mas não tão fortes como de manhã ou como ontem.

Dizem-me que o calor é o meu maior inimigo nesta coisa que me apanhou na curva. E estas dores e falta de força só podem vir daí. Não vejo outra explicação. E amanhã prevê-se, novamente, um dia muito quente. E eu tenho um compromisso marcado na vila para as 12h30, hora da torreira do Sol em que, no caminho até lá, escasseiam as sombras. Já sei que o ir até é fácil. O problema está sempre no regresso. Mas agora também já sei o que fazer para aliviar as pernas e combater as dores: Viparita Karani.

Comentei com o Pedro, o professor de Yoga, o resultado deste asana esta tarde. “Se ficaste 10 minutos, para a próxima ficas 15. E vais aumentando o tempo. Quanto mais tempo conseguires manter, melhor te faz.” Portanto, sim!, é de introduzir o Yoga no meu dia a dia devagarinho. Já há algum tempo que digo que duas aulas por semana já não me são suficientes, por isso nada melhor do que introduzir alguns asanas, mas sempre com a orientação do Pedro, claro.

E sei que o Yoga me vai ajudar. Não a melhorar, porque nesta coisa que me apanhou na curva não há melhoras, mas a manter o equilíbrio mental que necessito para trabalhar o equilíbrio físico que cada vez está pior… E enquanto não tiver acompanhamento adequado, então é que não melhoro mesmo. Se é que é possível melhorar de uma condição neuro-degenerativa…

Mas, pelo menos, hoje tive boas notícias da responsável da SPEM com quem falei ontem. Está um serviço de referência disponível para me ajudar, só falta chegar o papel da médica de família. A quem já expus a situação e de quem ainda não tive resposta, mas que sei que irá responder. Ao contrário do médico especialista que se mantém em silêncio desde Fevereiro sobre o meu processo…

Enfim. É esperar só mais um bocadinho. Mas, saber que tenho para onde me virar para pedir apoio e saber que há uma equipa de especialistas dispostos a tratarem de mim, não tem preço. A ver se isto desbloqueia de alguma forma. O que não pode acontecer é eu não ter qualquer acompanhamento do especialista. Existe agravamento de sintomatologia, existe um pedido de ponto de situação sem resposta, existe uma consulta marcada para daqui a três meses. E eu não posso esperar por Outubro para ter uma resposta que precisava ontem.

Vamos ver o dia de amanhã, como corre. Agora, e a esta hora que já é tão tarde, o mais urgente é ir descansar.

Mas é triste ver que as coisas só se mexem porque alguém conhece alguém que conhece alguém que está no sítio certo…

Enfim…é, mais uma vez, continuar a encolher os ombros, sorrir e acenar. Não posso fazer muito mais.

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