Yoga à quarta feira ao final do dia sabe muito bem. E, já sabemos, à quarta feira, mesmo depois de uma aula muito dinâmica como a de ontem, vem o Yoga Nidra, aquele momento de relaxamento profundo e meditação guiada. E sim!, o relaxamento É muito profundo. E muito bom.
Logo após a primeira sessão de Yoga Nidra percebi que o dia seguinte pode ser muito lento. Lento para acordar de manhã cedo, lento para despertar para a vida, tudo acontece em câmara lenta… Tudo muito devagar, devagarinho.
É normal, diz o Pedro, o professor.
Hoje, quinta feira, o dia a seguir ao Yoga Nidra, não foi excepção. Consegui não ouvir o despertador das 7h da manhã, aquele que toca para tomar o antibiótico em jejum, mas fui acordada “à força” pouco antes das 10h. A muito custo.
Tomei o antibiótico, esperei uma hora para poder tomar o pequeno almoço (instruções do médico), bebi café. A manhã arrastou-se devagarinho até almoçar às 13h, 2 horas antes do que é normal por aqui. Acabei o almoço e bebi o meu café em casa. Mas o sono continuava e cada vez a apertar mais. Por isso, fiz o que nunca faço: beber um segundo café! Mas desta vez na rua, para não adormecer no cadeirão ou no sofá. Mas esse segundo café veio muito bem acompanhado! Um Cornetto Brigadeiro, um excesso de chocolate e leite condensado, a dose certa de uma coisa muito boa!
Continuei na esplanada e continuei prestes a adormecer. O relaxamento profundo de ontem ainda se fazia sentir. E já sabia que, quando voltasse para casa, mesmo querendo muito ir à vila, iria render-me ao sofá. Iria pôr os óculos, claro, mas já sabia que não seria para conseguir ver televisão mas sim para ver melhor os sonhos. Porque estava garantido que, rendendo-me ao sofá, rendia-me ao sono. E não estava nada preocupada com isso!
Se o gelado é bom? Não! É MELHOR do que isso!
Voltei para casa sozinha a muito custo, são 150 metros apenas, mas um piso muito irregular, muito difícil para manter o equilíbrio. Mas fui, fiz o caminho sozinha, apoiei as pontas dos dedos no muro as vezes que foram precisas.
Uma breve passagem pelo cadeirão antes de lanchar e finalmente render-me ao sofá. Seriam umas 19 horas quando, tapada com uma manta e aninhada, pus os óculos, ainda tentei olhar para a televisão mas, assim que deitei a cabeça na almofada, foi como se alguém tivesse desligado o (meu) interruptor.
Voltei à vida pelas 22h. Mas, apesar de terem passado 3 horas, foi como se tivessem passado apenas 5 minutos…
Já jantei, já bebi o meu descafeinado mas ainda não consegui levantar-me do cadeirão rumo à minha cama. Já é tarde, mais tarde do que gostaria, mas o sono é de tal maneira que me custa movimentar-me para toda a rotina pré-cama… Mas vai acontecer em pouco tempo, porque não aguento o sono que tenho e amanhã é dia de acordar cedo, quero ir à vila antes que chegue o calor insuportável que não me faz bem.
Mas, e desde que acordei há pouco no sofá, guardo comigo aquela frase que ele me enviou e que me retrata tão bem: “o Sol vê tudo o que eu faço, mas é a Lua que guarda os meus segredos.” O autor é desconhecido, mas podia ter sido eu a escrevê-lo. E por isso guardo esta frase enviada por quem me vê para lá do que é visível e me sente para lá da distância. E que, apesar da distância, está sempre presente, nem que seja à distância de um clique.
Posso dizer que foi mais um dia igual aos outros, vazio, a ver o tempo passar, porque foi realmente. Mas, depois das (boas) notícias de ontem, foi um dia muito mais leve, tranquilo, sereno e muito relaxado. E agora, que já é tão tarde, é altura de dar o meu dia por terminado. Amanhã? Também será um bom dia. Porque eu quero. E porque não estou sozinha. E isso sabe muito bem e é tão importante.
