Daily Archives: 18/07/2024

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Dia 200 do ano 2024. Aquele dia que passou directo da manhã para a noite, com brevíssima passagem pela tarde. Tão breve que não a senti, não a vi, não a vivi. Descansei. Recuperei das noites tardias. De um cansaço que me chega não sei de onde. Deve ser a isto que, quem sabe melhor do que eu, chama fadiga. Ainda tenho tanto para aprender sobre isto, aquilo que me apanhou na curva e me fez parar para assimilar, para me orientar, para entender, para aceitar.

Ainda não parei completamente porque a vontade é sempre de fazer alguma coisa. Que me faça útil. Que me faça sentir útil. No entanto, não faço nada disso. Não tenho energia para isso. E não sei, também, o que quero fazer e o que posso fazer…

Também não assimilei ainda tudo o que tenho que assimilar. Tenho tanto para aprender. Mas não sei por onde começar…

Continuo sem Norte, sem me orientar. Vou vendo o tempo passar. Vou vivendo um dia de cada, sobrevivendo um dia após o outro. Mas não tenho nenhum mapa que me aponte “Você está aqui” e me mostre a imensidão de possibilidades de caminhos que posso escolher para percorrer sem importar o destino.

Ainda não entendi, ou faço por não querer entender o que ainda está por vir. Ainda não entendi, porque ainda não há como entender, como cheguei aqui, como fui apanhada na curva sem pré-aviso, sem suspeitar de nada, sem desatenção, descuido, o que for. É assim que acontece sempre, não é? Ninguém suspeita de nada até que alguém diz “está cá e não há como ir embora”.

Ainda não aceitei. Não. Nem pensar. Isto, para mim, neste momento ainda é um sonho mau do qual ainda não consegui acordar. Mas, quando finalmente acordar, vai estar tudo bem, tudo certo, no sítio do costume, como sempre foi. Não vai acontecer, eu sei. Mas não, ainda não aceitei. Ainda não acordei desse sonho mau. E, sei, desse sonho mau não se acorda. Apenas se vive. Como se sabe. Como se pode. E eu ainda não sei. E começo a já não poder. E, também por isso, ainda não aceitei. Nem sei se algum dia o irei conseguir fazer.

Mas, quando este sonho mau começou, quando não passava ainda de uma suspeita, outro sonho começou. Mas um sonho bom. Aliás, muito bom. E o que têm estes dois sonhos em comum? Ambos são mais do que apenas sonhos, são pura realidade. E se do sonho mau quero acordar, sei sem qualquer dúvida, que do sonho bom não quero permanecer no sonho porque é uma realidade que nunca julguei ser possível de tão boa que é. Mas, se tiver que continuar a ser apenas um sonho bom, não me acordem.

Não, não é (apenas) um sonho bom. É uma realidade concreta. Aquela realidade em que duas metades se reencontram e de imediato se reconhecem. Já o tinha dito aqui antes. São duas metades que se completam. São duas almas que se pertencem. Quando 2 se tornam 1 só.

Hoje, o duo centésimo dia do ano 2024, foi dia da minha insegurança me pregar uma partida quando, neste reencontro, não há lugar para a insegurança. Mas ela apareceu. Muito provavelmente devido ao muito cansaço que me deixou escapar por entre as frestas da armadura este pedaço de insegurança. E, estupidamente, um bocadinho de ciúmes também. Que não têm qualquer razão para existir. E que, depois de conversado, de imediato se dissiparam, desapareceram envergonhados por não terem lugar neste reencontro.

Das coisas que, nesta união de duas almas que se reconheceram e reencontraram, não me posso esquecer: não há lugar para insegurança e muito menos para ciúmes. Não há lugar porque não há razão para existirem. E, se assim é, resta-me dizer à insegurança e aos ciúmes para seguirem os seus caminhos noutra direcção que não esta. Até porque, com este reencontro de almas que se reconheceram, sinto-me segura como nunca me senti, segura em todos os aspectos. Protegida, até. E comecei a perceber, entender e aceitar a Mulher que, agora, sei que sou. E muito por causa dele. Que me fez olhar para mim própria e ver o que não me sentia segura para ver e aceitar antes. Porque, lá está, com ele, a outra metade de mim, me sinto segura e protegida como nunca antes. Porque, com ele, sinto-me completa. Inteira. Com ele sou eu por inteiro, como nunca fui antes porque me faltava a outra metade de mim. Que agora reencontrei. E que de imediato reconheci, sem qualquer dúvida, sem qualquer ilusão.

Todos os dias, desde há mais de um ano, que crescemos juntos. Caminhamos juntos. Porque ele é a minha outra metade. E eu sou a outra metade dele. E, juntos, estamos e somos completos, por inteiro. E a cada novo dia nos fundimos num só mais um bocadinho. Porque Eu e EleNós.

Hoje, esta insegurança que me escapou por uma qualquer fresta da armadura e aqueles ciúmes, pequeninos mas reais e que surgiram sabe-se lá de onde, fez o final do dia tornar-se estranho. Mas eu sou daquelas pessoas que, quando há algo estranho, converso até limpar a névoa que surge nestes momentos. E foi o que fiz.

Agora, a esta hora já muito tardia e com o sono a começar a apertar, a vontade é de, como todas as noites, enroscar naquele abraço que me acolhe, me aconchega, me protege, mesmo à distância de um clique. E é isso que vai acontecer. Porque o abraço dele que faz parte do nosso ninho está lá sempre.

Mas, antes disso, volto a ler aquelas palavras que, não sendo minhas, nos retratam na perfeição. Palavras que, como há muito tempo não acontecia, me emocionaram verdadeiramente. Ao ponto de sentir cair uma lágrima quando, na realidade, há muito tempo que não consigo deixar cair nenhuma. Mas a minha alma chorou emocionada. Porque, naquelas palavras, está o retrato exacto e perfeito de duas almas que se reencontraram e imediatamente se reconheceram, que são a outra metade um do outro, que sendo duas almas são apenas uma completa pelos dois.