Sair de casa uns minutos antes do meio dia já não é muito recomendável por causa do Sol e do calor. Mas, chapéu na cabeça, roupa fresca, pernas ainda em bom estado, bora lá botar os pés ao caminho e seguir o mais possível pela sombra até ao banco que fica a 1,5km daqui.
Claro que aos 500 metros tive que me sentar (à sombra) porque as pernas e os desequilíbrios já davam sinais. Claro que trazia a bengala comigo e seguia de braço dado com a minha mãe.
Demorámos (quase 1 hora), mas chegámos ao banco. Tratei do que tinha que tratar, aproveitei para descansar. Agora era preciso voltar para trás…
Ficou decidido que o almoço seria na vila e assim foi. Se fosse em casa seria MUITO tarde.
Acabado o almoço, uma visita rápida e curta à Rua dos Pescadores. E estava na altura de voltar para casa… Já a muito custo, fomos fazendo o caminho, sempre pela sombra mas as dores nas pernas a passarem de más a muito más.
Aos 400 metros de distância de casa repeti várias vezes “não consigo dar mais um passo”. Sentei-me. Ganhei coragem. Voltei a dizer “não consigo”, porque as pernas assim o gritavam. Mas, para quem saiu de casa às 12h, eram 18h quando finalmente voltei a entrar…
Agora, por favor, quando me ouvirem dizer que não consigo dar mais um passo, ACREDITEM em mim. Porque, naqueles últimos 400 metros, só EU sei as DORES e o ESFORÇO que fiz para conseguir voltar para casa.
Eu digo sempre que se é para ir, eu vou. Mas esqueço-me SEMPRE que também tenho que conseguir voltar…
Foram 3,8km. Não é nada, eu sei. Mas, para mim, já foi demais.
Andar faz-me bem, diz quem sabe. Mas, digo eu, andar tanto num só dia não me faz bem nenhum. E lembro-me sempre das palavras do Pedro, o professor de Yoga, quando alguém diz “não consigo“. Responde logo “essa frase aqui é proibida“. E eu aprendi a substitui-la por “vou continuar a tentar“. E, um passo a seguir ao outro, é isso que tenho feito: continuar a tentar.
Mas, 5 horas depois de chegar a casa, continuo com dores e a não conseguir dar 2 passos seguidos sem ter que parar.
Ainda vou ali pôr as pernas na parede, Viparita Karani, a minha mais recente BFF. Porque amanhã de manhã tenho 1km para fazer para lá. Mas também tenho que voltar…e não sei como…