Daily Archives: 14/12/2024

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Sábado de manhã, jantar se sabe, é dia de Yoga. E hoje, por termos almoço de Natal do grupo, a aula começou mais tarde 30 minutos e entretanto perdi a conta ao tempo de duração, só sei que foi mais longa do que o habitual para terminar mais perto da hora do nosso almoço.

A aula foi daquelas intensas. E, para mim, desafiante. Porque houve muitas asanas onde o equilíbrio era o ponto principal. Bem, o equilíbrio está sempre presente, é verdade, mas há posturas que eu simplesmente não tenho conseguido alcançar. Mas hoje…hoje saí da aula muito contente e muito orgulhosa de mim própria por ter conseguido alcançar todas as posturas que se têm revelado mais exigentes para mim. E sempre que o professor Pedro demonstrava uma nova variação de algum asana já conhecido mas que, desta vez, exigia mais equilíbrio, eu torcia o nariz primeiro, para depois tentar e terminar com um sorriso por conseguir!

É verdade que o ter conseguido hoje não significa necessariamente que o vá conseguir novamente já na próxima aula. Mas significa que, se eu não insistir em tentar, a probabilidade de falhar sempre é muito maior. Por isso é que em cada aula, quando não consigo à primeira, tento novamente as vezes que forem precisas.

Desde o primeiro dia, da primeira aula!, que digo “hoje posso não conseguir, mas vou continuar a tentar até chegar lá”. E os resultados são visíveis nas aulas. E sei que, de alguma forma, também me ajudam no Mundo cá fora.

E o que me também me ajuda, de uma forma tão diferente, é aquele grupo. Não somos demasiadas alunas, é verdade. Hoje, ao almoço, a contar com o professor Pedro éramos 7 pessoas. Para mim, o número certo, o número mágico. Mas é neste grupo, que tem o tamanho certo, que me sinto acolhida independentemente das minhas limitações e dificuldades que ainda não eram tão reais, tão físicas, tão perceptíveis até para mim!, quando lá cheguei em Maio de 2023.

Ali sinto-me bem. Sinto que pertenço a alguma coisa. Ou que, simplesmente, pertenço! Faço parte! Ali estou bem. E não!, desistir do Yoga e deste grupo não está nas minhas opções!

Sei que o professor Pedro está à procura de outro local, com melhores condições apesar da sala onde estamos ser uma sala muito boa, por ser grande e ter muita luz natural por toda ela estar rodeada de janelas. E sei que já tem visto alguns espaços, mas ainda não encontrou o sítio certo dentro da vila. Tem em vista outro espaço mais longe, já fora da vila, que ainda não visitou para conhecer ao vivo as condições. Mas já me disse que para mim é capaz de ficar longe… Não quero saber! Havendo autocarro até lá, é lá que vou continuar! Sei que existem outros espaços por aqui dedicados ao Yoga. Mas não é a mesma coisa…não é o mesmo professor e não é o mesmo grupo! E é com eles todos que faço questão de continuar. Ganharam, todos eles, um lugar especial cá dentro. Por causa do papel que têm tido nos meus dias desde que começou esta minha nova realidade. E agora não estou a falar de Yoga.

O almoço foi o que já se esperava: muito divertido. Só tive pena de não ir até ao paredão ver o Mar, que estava já ali, era só atravessar a estrada. Mas a minha boleia estava com alguma pressa, por isso nem fiz questão de dizer nada, claro. Mas o dia estava bonito, não estava vento, não estava tanto frio como ontem. Ao mesmo tempo, eu estava, como sempre, muito cansada. Adormecer tarde e acordar cedo não me faz bem nenhum nem me ajuda em nada. Por isso, claro que vim para casa. E, depois de mudar de roupa e fumar um cigarro, só tive tempo de aquecer as almofadas térmicas, agarrar na manta e enroscar no sofá.

Passava pouco das 16h quando me enrosquei. Ainda tentei trocar algumas palavras com ele, mas apaguei de imediato. Para acordar às 9h da noite, convencida que eram 9h da manhã e que, de alguma forma, tinha passado por cima do Domingo sem dar por ele e as 9h eram já da manhã de segunda feira.

Foi estranho acordar assim tão confusa…e sem me lembrar que, até à meia noite, ele estava de serviço e à distância de um clique! E só eu sei o quanto me soube bem poder estar com ele até àquela hora. Ter um bocadinho de nós.

Agora, a esta hora tardia em que a noite já passou a madrugada, é hora de ir enroscar e aninhar na nossa conchinha de bichinho de conta que só nós entendemos. Mas que, à nossa maneira, é tão real. Tão física ao ponto de o sentir ao meu lado todas as noites.

Mas descansar é preciso! Posso ter dormido um número absurdo de horas esta tarde, mas tenho muito sono. E amanhã não tenho horário para acordar. Por isso, vou ali enroscar e aninhar naquele abraço quentinho e protector dele e, amanhã, quando acordar…acordei!