Natal já ali quase ao virar da esquina. Não estando a família toda reunida nas noite da Consoada como há 30 anos acontecia, encontram-se data’s alternativas. Como hoje.
Dia de receber so meus tios para almoço de Natal e respectivas troca de prendas que apenas serão abertas na noite certa.
O meu tio, como sempre, a series o meu super tio. Fez questão de trazer todos os ingredientes para fazer, para o almoço, aquilo que ele sabe que euro adoro, que é tão bom, que me sabem sempre tão bem e que é tão simples quanto umas posta de bacalhau acompanhada com grão! Nada mais simples do que isso. E que, já sei, seja em que altura do ano for, seja eu a ir lá ou electric a vir cantar, há sempre bacalhau com grão para a sobrinha! Sou ou não sou uma miúda cheia de sorte?
O almoço, numa versão mais reduzida em número comparando com há 30 anos, não deixou de ser um almoço de Natal em família. E, às vezes, sinto-lhe a falta.
Sei bem das discussões que houve com a minha mãe em alguns Narais porque nem eu nem o meu irmão queríamos ir para casa dos meus tios. Tínhamos os nossos motivos para não querermos ir. Para não gostarmos de ir. Que, soubemos mais tarde, a minha mãe entendia perfeitamente. Mas não nos ia deixar sozinhos casa, dois irmãos que se odiavam de forma visceral, perigosa. E, sem nós, ela também não iria a lado nenhum. Mas passarmos o Natal em nossa casa, apenas os 3 quando podíamos estar a criar memórias em família, nunca seria opção.
Não me lembro em que ano a tradição de irmos, e nesta altura já só eu e a minha mãe porque, por qualquer motivo que desconheço, o meu irmão deixou de estar presente, deixou de acontecer. Sei que a distância mudou, para mais longe. Talvez tenha sido nessa altura que a tradição caiu…
A vida, claro, sempre a acontecer no seus carrossel de curvas e contra-curvas e cambalhotas também contribui para o fim da tradição adolescente agora já em idade adulta. Mas, também a vida tal como ela é e tal como ela acontece, a fazer prova de que, haja o que houver, aconteça o que acontecer, de bom ou mau!, estamos sempre presentes uns para os outros. E isso é o mais importante de tudo.
Este ano, o Natália será muito provavelmente a duas: a minha mãe e eu. Os meus sobrinhos este ano passam a noite de Natal com a mãe, o ano passado foi com o pai mas não me lembro de terem estado cá em casa na noite certa… Não interessa. Será uma noite normal a duas. Mas, admito, tenho saudades de sentir a noite certa com o espírito certo.
Durante muitos anos, teimei em dizer que não ligava ao Natal. Agora, ao escrever sobre o almoço de Natal em família e ao recordar outros tempos, percebo que, afinal, ligo mais do que pensava…
