Perdida por aí. Os dias a preto e branco, não importa quantas cores me rodeiam. O som longínquo de uma batida de música que só eu oiço porque, na realidade, essa batida de música não existe, mas na minha cabeça, aos meus ouvidos, é real. E incomoda. Muito. Ao ponto de querer partir para longe onde não oiça essa batida de música que, para os outros, é imaginária mas que para mim é demasiado real ao ponto de quase me enlouquecer.
Sinto-me uma sombra do que já fui. Não sou mais do que uma mera silhueta nos dias a preto e branco. Estão-me a faltar e a falhar os mil tons intermédios: os cinzentos! Que também são cor, que ligam dois extremos tão opostos como o preto e o branco. Que também têm, cada um dos mil tons de cinzento, histórias para contar e coisas para dizer.
Perdida por aí. À procura da cor que já preencheu os meus dias. Deixar de ser uma sombra e voltar a ser o que era, deixar de ser uma mera silhueta nos dias a preto e branco e voltar a ser aquele ponto de luz e cor. Cor de rosa, sempre. Deixar de ouvir aquela batida de música que começo a acreditar ser imaginária porque só eu a ouço…
Há forma de reencontrar o Norte para voltar a ser quem sempre fui…? Não sei…só sei que ando perdida por aí…
