Dormir até ao meio dia. Há tanto tempo que não fazia uma destas que já não me lembro quando foi a última vez. Ou, se calhar, até aconteceu há pouco tempo, mas esse registo na minha tabela de Excel dos momentos e memórias está numa daquelas células em branco às quais não consigo aceder. Não interessa. Interessa sim que este acordar tão tardio foi um recado do meu corpo a recordar-me da necessidade de descanso. E, nos últimos dias, a verdade é que abusei um bocadinho da pouca energia que ainda vou tendo…
Do que eu não me esqueço, o que eu guardo em células especiais da minha tabela de Excel dos momentos e memórias, células protegidas que não são apagadas, são todos os momentos com ele. Mesmo que à distância de um clique, não importa. Todos os momentos com ele são momentos nossos. Irrepetiveis. Únicos. Tremendamente especiais. Nos últimos dias houve algum desencontro, é verdade. É aquela coisa da vida a acontecer. Que acaba sempre por interferir com encontros à distância de um clique. Que acabaria sempre por interferir mesmo que a distância fosse inexistente. Mas esses dias de desencontros trouxeram, claro, as saudades. As minhas saudades dele. As saudades dele de mim. E reforçaram a vontade, a necessidade que temos um do outro.
Tudo começou com um simples “Olá” numa qualquer rede social. Um simples e inocente “Olá“. Inocente de ambas as partes. E o resto simplesmente aconteceu. Ou nasceu. Ou surgiu. Ou o que lhe quiserem chamar. Mas foi uma coisa tão natural… Uma espécie de encaixe perfeito de duas peças que se completam, que pertencem uma à outra. Desde sempre.
Não me canso de dizer que não foi um simples encontro. Foi, sim, um reencontro. Como se já nos conhecessemos de outros tempos, outras vidas. Outros sítios, até. Quando não existia distância entre nós. Quando também não havia redes sociais para nos manter juntos…
Por algum motivo que desconheço, que não tenho como saber, algures no Tempo acabámos por nos afastar. Por nos perdermos um do outro. Duas metades da mesma peça que se partiu por algum motivo e nos afastou um do outro. E todo este tempo em que estivemos longe um do outro nunca encaixámos correctamente com todas as outras peças com que nos cruzámos. Porque não eram as peças certas. Não eram eu. Não eram ele.
Até que um simples e inocente “Olá” como que nos acendeu uma luz para que nos reconhecessemos. Para que nos reencontrássemos. Para que o tal encaixe perfeito destas duas metades se desse. Ele é, sem dúvida, a metade que me faltava. Agora sim, em cada momento com ele, mesmo que à distância de um clique, estou completa. Estou inteira. Eu e ele somos as duas metades de uma peça única e especial, perfeitamente funcional depois de termos percebido o encaixe perfeito.
Sim, os meus momentos com ele ficam registados na minha tabela de Excel dos momentos e memórias em células protegidas, impossíveis de apagar. Porque cada momento com ele é uma tatuagem na memória. E as tatuagens ficam para sempre.